O ciclone bomba que atinge o Centro-Sul do Brasil provocou a morte de pelo menos 10 pessoas e estragos em estados como Santa Catarina (que registrou 9 óbitos), Rio Grande do Sul (com ao menos 1 morte) e Paraná. Mais de 700 mil unidades, entre casas e estabelecimentos comerciais estão sem luz em SC.
Trabalhadores são salvos por morador de prédio em SC
Entre os mortos está um caminhoneiro de 59 anos que foi atingido por um muro que desabou. Segundo informações do G1, Sérgio Idalgo estava no pátio da transportadora que trabalhava em Santa Catarina quando foi surpreendido pela queda do muro, que o deixou preso entre um caminhão e a parede que colapsou.
O fenômeno meteorológico causou ventos de até 130 km/h em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Imagens que circulam nas redes sociais mostram o rastro de destruição deixado pelo ciclone bomba, que destelhou casas e prédios, provocou ressaca no mar e queda de árvores. O resultado é que até a manhã desta quarta-feira (1), 711,3 mil unidades estavam sem energia elétrica, diz a Celesc.
A Defesa Civil de Santa Catarina, um dos estados mais atingidos pelos fortes ventos, afirma que uma pessoa morreu no município de Itaiópolis, uma em Rio dos Cedros e outra em Ilhota, no Vale do Itajaí. Mais cinco óbitos foram registrados na Grande Florianópolis e outra pessoa perdeu a vida no oeste de Santa Catarina. Segundo a Defesa Civil, buscas ocorrem para encontrar um desaparecido em Brusque.
Destruição em transportadora no Vale do Itajaí (SC)
Em Balneário Camboriú, Santa Catarina, trabalhadores em um andaime foram surpreendidos pelas rajadas de vento e só se salvaram porque foram puxados para dentro de um apartamento por um dos moradores do prédio.
Ciclone – Outros limpadores de prédios em Balneário Camboriú tiveram que quebrar o vidro de um apartamento para entrar pic.twitter.com/qwCGkGpiI1
O ciclone bomba também chegou aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A madrugada na capital paulista foi de ventos de mais de 50 km/h. Em Peruíbe, no litoral paulista, duas lanchas e sete barcos afundaram por causa da força das águas do mar. Ninguém se feriu.
“Como nós estamos sob o efeito da borda desse ciclone, também temos condições favoráveis para ventos fortes. O estado de São Paulo pode ter rajadas em torno dos 80 km por hora nesta quarta-feira”, disse ao G1 César Soares, meteorologista da Climatempo.
Ciclone – Outros limpadores de prédios em Balneário Camboriú tiveram que quebrar o vidro de um apartamento para entrar pic.twitter.com/qwCGkGpiI1
O Rio de Janeiro deve ter ventos de até 76 km/h nesta quarta-feira (1) e o Centro de Operações da cidade espera ressaca com ondas de mais de 3 metros de altura.
Ciclone bomba atinge Balneário Camboriú (SC)
O que é o ciclone bomba?
Quem mora no Centro-Sul do país percebeu mudanças drásticas no tempo e na temperatura. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) explica que trata-se de um ciclone extratropical que passa pelo Brasil após surgir nas proximidades do Paraguai.
TEMPO | Animação das imagens de satélite mostra ciclone bomba no Atlântico. Parece haver a formação de olho, mas é fenômeno chamado de isolamento quente no centro do sistema, característica de ciclones extratropicais intensos. Leia alerta atualizado em ?? https://t.co/6hPYaH5GVlpic.twitter.com/8nV2rsJqXH
Segundo meteorologistas, o fenômeno é bastante comum e nasce a partir das chamadas áreas de baixa pressão. Ele deve chegar ao oceano em breve, mas não antes de cruzar os estados localizados no Centro-Sul. Além dos ventos de mais de 130 km/h, o ciclone bomba provoca a queda das temperaturas. São Paulo, por exemplo, deve ter 8º C.
O Centro de Gerenciamento de Emergências da capital paulista alerta para que as pessoas não se arrisquem dentro do mar. É melhor ouvir, pois o Corpo de Bombeiros fala em ondas de até 7 metros.
Mais registros da passagem do ciclone bomba pelo Brasil:
Nascido na periferia da zona sul de São Paulo, Kauê Vieira é jornalista desde que se conhece por gente. Apaixonado pela profissão, acumula 10 anos de carreira, com destaque para passagens pela área de cultura. Foi coordenador de comunicação do Projeto Afreaka, idealizou duas edições de um festival promovendo encontros entre Brasil e África contemporânea, além de ter participado da produção de um livro paradidático sobre o ensino de África nas Escolas. Acumula ainda duas passagens pelo Portal Terra. Por fim, ao lado de suas funções no Hypeness, ministra um curso sobre mídia e representatividade e outras coisinhas mais.