Como o amor por quadrinhos refletiu na obra e legado de Pablo Picasso

Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

A exposição “Picasso e os quadrinhos” pretende mostrar um lado do pintor espanhol pouco conhecido do público: o de fã de quadrinhos. Através de uma rara seleção de desenhos e pinturas, a mostra, que está em cartaz no Museu Picasso de Paris até o dia 3 de janeiro, volta no tempo para refletir sobre a paixão do cubista pelo gênero que influenciou as obras do artista. 

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A exposição era para ter sido aberta no começo do ano, mas foi adiada por conta da pandemia do coronavírus e enfim inaugurada no último dia 21 de julho. 

Pablo Picasso em seu estúdio em Paris em 1920.

Apesar de nunca ter publicado quadrinhos, Picasso (1881-1973) era um profundo admirador do gênero que mistura texto e desenhos. A paixão por esse tipo de arte era refletida em suas obras. De acordo com Johan Popelard, um dos curadores da exposição ao lado de Vincent Bernière, Picasso e os quadrinhos nasceram mais ou menos na mesma época e a história do gênero se reflete na do pintor. “Picasso devorou todas as ilustrações e as revistas que estavam começando a se desenvolver (naquela época)”, afirma. 

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A influência que os quadrinhos tiverem pode ser notada logo no começo dos anos 1900, quando Picasso chegou a Paris. O desenho que fez ao lado do amigo Jaume Andreu Bonsons tem ares caricaturais que remetem ao estilo. O gênero pode ser percebido de forma ainda mais clara em “O Sonho e a Mentira de Franco”, uma crítica ao governo militar na Espanha. 

A chegada de Picasso a Paris com o amigo Jaume Andreu Bonsons (à esq.) e ‘O Sonho e a Mentira de Franco’ (à dir.).

Apesar da paixão já vir de anos anteriores, foi Paris que revolucionou a arte de Picasso. Segundo a amiga Gertrude Stein, foi em charges de jornal que Picasso buscou referências para as bases de seus desenhos com ares mais caricatos. Isso pode ser visto na própria pintura que ele fez de Stein, em 1906.

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