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O aquecimento global pode desencadear um ciclo vicioso de liberação de gases tóxicos, novos vírus e bactérias e ser inclusive a motivação de novas pandemias ao redor do planeta. Tudo isso porque o derretimento da camada de permafrost no hemisfério norte pode ativar uma ‘caixa de pandora’ climática, com emissão sem precedentes de gás carbônico e metano, além de doenças que estavam escondidas nas camadas de gelo milenares do Ártico.
O aumento da devastação do permafrost graças ao aumento de temperaturas na Sibéria e no Ártico é um risco grande que a humanidade corre. “Permafrost” é um termo em russo para geleiras permanentes do solo que tem milhares de anos de existência e podem ter até 1,5 quilômetro de profundidade. Nelas, dezenas de animais antigos, vírus e bactérias ainda desconhecidos pelo homem e gases que provocam o efeito estufa estão armazenadas.
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Por baixo das camadas de gelo, gases de decomposição estão presos; o derretimento desse tipo de solo pode levar a uma expansão do efeito estufa
“Pense em um pacote de ervilhas. Você o coloca no congelador e ele vai ficar lá com a mesma aparência por dez ou até mil anos. O permafrost é o congelador e em vez de ervilhas ela conserva grama, folhas e turfa. Toda essa matéria orgânica descongelada seria decomposta por micro-organismos, que emitem metano e, com influências de outros processos, CO2, os dois maiores gases que causa o efeito estufa. Quanto mais a permafrost derreter, mais altas as temperaturas ficarão e consequentemente ainda mais permafrost derreterá e isso se torna um círculo vicioso”, explica o hidrologista Nikita Tananaev, hidrologista do Instituto Permafrost de Iakutsk, ao Russia Beyond.
Segundo Sue Natali, pesquisadora do permafrost que deu recente entrevista à BBC Future, o aumento do derretimento desse tipo de solo é inevitável. A pesquisadora afirma que uma perda de 30% da camada até 2100 é certa. Caso a humanidade não mude seu modo de produção e se mantenha na queima de combustíveis fósseis, ela acredita que podemos perder 70% desse solo.
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“As iniciativas tomadas pela comunidade internacional terão um impacto substancial sobre a quantidade de carbono que será liberada e a quantidade de permafrost descongelada. Precisamos manter o máximo de permafrost possível. E nós temos algum controle sobre isso”, afirmou Sue Natali, do The Woods Hole Research Center, em Massachusetts, nos EUA, à BBC.
Em visitas de campo até a região do permafrost siberiano, os lagos formados pela água no meio do gelo parecem com banheiras de hidromassagem, tamanha é a quantidade de gases escapando da camada do subterrânea para a superfície com o aumento da temperatura global.
Além disso, o risco de novos vírus que podem levar a uma nova pandemia também é uma preocupação. Em 2016, renas e seres humanos foram infectadas com antraz, bactéria que já estava controlada há anos pela comunidade científica. Com o derretimento da permafrost a bactéria retomou vida e infectou outros animais. Não se sabe que outros vírus de potencial pandêmico podem estar escondidos sob as geleiras.
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“A ideia de que uma bactéria pode sobreviver muito tempo já é definitiva. A pergunta é: por quanto tempo?1 milhão de anos? Meio milhão? 50 mil anos? Existe uma dezena de artigos científicos que confirmam: sim, há evidências de que as bactérias do permafrost podem voltar à vida.”, afirma Jean Michel Claverie, um virologista da Universidade de Aix-Mairselle ao Greenpeace.
Para ele, é importante conter a presença humana na região do Ártico: “Se um desses vírus entrar em contato com um hospedeiro, ele vai ser reativado. Então, se você colocar seres humanos em lugares de permafrosts, esses seres humanos podem ser infectados, retransmitir os vírus e começar uma nova pandemia.”, completa.
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