Futuro

Emissões globais de metano batem recorde histórico e preocupam cientistas

17 • 07 • 2020 às 10:03 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Dois artigos publicados no dia 14 de julho mostram que as emissões globais de gás metano atingiram os maiores níveis já registrados em toda a série histórica. Segundo um dos responsáveis pela publicação dos artigos, o cientista Rob Jackson, da Universidade de Stanford, nos EUA, os principais motivos por trás do triste recorde são o crescimento da mineração de carvão, da produção de petróleo, de gás natural, a criação de gado e ovelhas, e a profusão de aterros por todo o mundo. O aumento registrado foi de 9%, ou 50 milhões de toneladas por ano em nossa atmosfera desde o ano 2000.

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Para se ter uma mínima ideia do impacto sobre o meio ambiente, o aumento registrado é equivalente a colocar nas ruas novos 350 milhões de carros, ou ao dobro de todas as emissão do gás de países como Alemanha ou França. O Metano é um gás incolor e sem cheiro, mas 28 vezes mais poluente que o monóxido de carbono, capaz de reter o calor por um período de cerca de 100 anos.

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Estima-se, segundo cientistas, que a ampliação da emissão de metano pode aumentar a temperatura média em até 4ºC até o final do século.

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Mais da metade das emissões de metano no planeta são oriundas da ação humana, especialmente a partir da produção de gado bovino e do uso de combustível fóssil. De acordo com o estudo, as atividades agrícolas representam dois terços da emissão, enquanto os combustíveis fósseis são responsáveis por praticamente todo o restante das emissões. Novos estudos irão em breve determinar as emissões por conta das queimadas na Amazônia. Os artigos foram publicados nas revistas Earth System Science Data e Environmental Research Letters.

Fogo na Amazônia em 2019 © Getty Images

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