Entre os anos de 1995 e 2004, a temperatura da região Sudeste do Brasil aumentou em 1,1º Celsius (C). É isso o que diz um estudo do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, publicado na revista científica “Geophysical Research Letters”. Inédita na América do Sul, a pesquisa traz análises da temperatura de uma localização específica e mostra consequências do efeito estufa e do aquecimento global em uma escala menor, com foco em um local específico.
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Segundo informações do site “Ciclo Vivo”, geralmente medições relacionadas à temperatura são calculadas a partir de dados de todo o planeta, por isso a importância do estudo. “Os resultados vêm para corroborar que as mudanças climáticas estão em andamento, a despeito do momento atual ainda suscitar dúvidas sobre isso e de vários brasileiros questionarem até hoje”, explica o professor Humberto Ribeiro da Rocha, orientador da pesquisa de doutorado.
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Como destaca o site, o aumento da temperatura no Sudeste — que engloba os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo — se deu principalmente por conta da emissão de gases do efeito estufa por parte de atividades humanas. O fenômeno é considerado natural e mantém o calor necessário para a existência da vida terrestre, mas, se exagerado, pode provocar um superaquecimento da superfície do planeta e acarretar diversas mudanças climáticas.
“A urbanização é um forte vetor de aquecimento que ajuda a amplificar esse aumento de temperatura, além do desmatamento”, cita Rocha ao “Ciclo Vivo”.

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Segundo Rafael Cesário de Abreu, formado em Meteorologia pelo IAG e autor do estudo, as análises foram realizadas com simulações da temperatura da região Sudeste, entre 1995 e 2004, a partir de três fatores: causas naturais, efeito estufa causado por atividades humanas e outros tipos de aerossóis.
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“Esse aumento [da temperatura regional provocado por gases de efeito estufa] é cada vez mais observado em escalas mais localizadas e isso é bem importante para a atividade humana”, explica o meteorologista.
Rafael também tem planos de continuar na mesma linha de estudos e pesquisar ainda mais especificamente sobre o impacto de ações isoladas, como alterações no uso do solo e desmatamento, para as mudanças climáticas.