Futuro

Home office: tendência global antes da pandemia ganha mais força, aponta pesquisa

20 • 07 • 2020 às 18:01 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

As vantagens de permitir o trabalho em casa para funcionários de uma empresa já eram diversas antes da pandemia: evitar o desgaste e a perda de tempo do trânsito nas grandes cidades, permitir que cada funcionário organize seu dia de trabalho da melhor maneira para si, contornar o inóspito e muitas vezes improdutivo ambiente de um escritório, além – e principalmente – de permitir que pessoas dos mais variados e distantes cenários do mundo possam trabalhar juntos sem que estejam no mesmo lugar.

Com a necessidade de isolamento e quarentena provocada pela pandemia da Covid-19, o que era uma tendência se tornou uma regra para a vasta maioria das empresas e serviços – e uma pesquisa sugere que a exceção pode daqui pra frente se tornar regra, e que cada vez mais empresas pretendem seguir utilizando home office mesmo quando passar a pandemia.

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Não precisamos ir longe para encontrar um exemplo: aqui no Hypeness o home office já era padrão para a vasta maioria dos colaboradores do site, permitindo pela internet que pessoas de todo o Brasil e de diversos pontos do mundo trabalhem juntos sem sair de casa. Segundo o estudo Tendências de Marketing e Tecnologia 2020: Humanidade Redefinida e os Novos Negócios, realizado pela Fundação Getúlio Vargas, a popularização do home office é uma das tantas mudanças que a pandemia irá provocar sobre o mercado de trabalho – em um aumento que se dará, segundo o estudo, em 30% das empresas brasileiras.

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“Nosso entendimento é que, logo após a abertura, algumas empresas ainda vão precisar manter o home office por uma questão da recomendação de distanciamento social, não do isolamento social como a gente vive hoje, mas, quando as empresas voltarem, vão voltar com áreas de refeitório fechadas, com demanda de espaço entre os funcionários que vai impedir que todo mundo volte ao mesmo tempo”, afirma André Miceli, diretor executivo da Infobase e coordenador do MBA em marketing, inteligência de negócios digitais da FGV, em entrevista para a Agência Brasil.

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De acordo com Miceli, a mudança não necessariamente será definitiva nem geral, e poderá abrir a possibilidade de escritórios em casa em um ou mais dias da semana, combinados com dias ou tarefas presenciais em escritório.

E a própria noção de que a tecnologia seria uma ferramenta fria e desumanizada, no contexto da pandemia e diante das vantagens do home office, também se transforma. “Nesse momento de isolamento, a gente tem visto que a tecnologia é uma grande ferramenta de humanização quando a gente precisa que ela seja usada dessa forma. A sociedade está aprendendo a ressignificar o uso que dá para a tecnologia”, diz Miceli.

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A novidade, é claro, exige que as empresas se adaptem a tais possibilidades, e principalmente ofereçam estrutura para que o trabalho em casa não se torne um problema para seus funcionários – e, ao fim, para o próprio rendimento da empresa.

Por isso o modelo híbrido parece ser mesmo o futuro para as empresas que podem oferecer tal abertura a seus funcionários – e que já era antes uma tendência mais livre e ampla para algumas empresas que apontavam para o futuro, diante de um momento tão difícil quanto o da pandemia, pode se tornar em breve uma realidade mais humana e aberta para melhorar a vida dos funcionários e o próprio funcionamento das empresas.

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