Debate

Inventora do chá de revelação se arrepende: ‘Não é legal!’

07 • 07 • 2020 às 18:38
Atualizada em 07 • 07 • 2020 às 23:40
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

O primeiro chá de revelação de que se tem notícia aconteceu em 2008, nos Estados Unidos. Jenna Karvunidis estava grávida de sua primeira filha, Bianca, e decidiu organizar uma festa para revelar o sexo do bebê. A notícia foi dada depois que ela cortou o bolo e a fatia veio pintada de rosa. Na época, ela fez um post sobre isso em seu blog e a festa logo viralizou. Mais de dez anos depois, Jenna se arrepende da tendência que criou. 

Hoje eu acho que nada disso é legal. O problema está em super enfatizar um aspecto da pessoa. Eu tive mais dois filhos depois da Bianca e nunca mais fiz um outro chá de revelação”, ela conta. Festeira, Jenna estava acostumada a criar eventos apenas pela diversão, como na vez que celebrou o aniversário de um peixe da família. 

Após chá de revelação cancelado, grávida ganha ‘charreata’ emocionante; assista

A família de Jenna, com Bianca ao centro: foto viralizou.

O gatilho que a fez mudar a forma de pensar veio com sua segunda filha. Em uma manhã de Natal, ao abrir um dos presentes, a menina, que tinha três anos na época, começou a chorar ao ver as cores do Lego que havia recebido. “Ela disse: ‘Papai Noel me trouxe um presente de menino!’ Ela achou isso porque, se as peças não eram rosas, elas não eram para ela”, lembra a mãe. Jenna diz que foi nesse momento que tudo mudou. 

Há uma obsessão por gênero que torna tudo limitador em muitas formas e explorador em outras. Você não quer que o que você tem entre as suas pernas guie seu caminho pela vida”, afirma. 

Jenna conta que se assustou quando viu a proporção que o evento havia tomado. “Quando eu soube que um chá revelação havia provocado um incêndio em uma floresta, eu chorei porque me senti responsável”, relatou ao “Guardian”.

Em 2018, uma foto de Bianca viralizou nas redes sociais. A menina usava um terno, roupa socialmente vista como masculina. “Ela é a menina de 11 anos mais autoconfiante que você vai encontrar. Isso começou há uns anos quando nós estávamos nos preparando para tirarmos fotos de família no Natal e ela disse que não queria usar vestido.

Eu disse que tudo bem e perguntei a ela o que ela achava de usar um terno. Nós duas nos olhamos e ela perguntou: ‘Meninas podem usar ternos?’ E eu respondi: ‘É claro! Vamos arrumar um para você!’. Essa é a foto que acabou viralizando.

Esse ensaio revelação tem o final mais surpreendente possível

Depois que a foto rodou a internet, Jenna conta que passou a receber depoimentos de adolescentes transgêneros ou não binários que se identificavam com a história de Bianca. 

“Meus pais me colocaram para fora de casa quando eu tinha 17 anos. Não foi por uma questão de gênero ou sexualidade, mas eu sei como é ser uma adolescente que não é amada ou não é aceita. Eu não vou tolerar esse tipo de atitude. Nós temos regras aqui em casa sim, mas minha filha é aceita com tudo o que há em sua personalidade.

 

Publicidade

Canais Especiais Hypeness