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Naja que picou homem no DF pode ter sido usada para produzir drogas alucinógenas

21 • 07 • 2020 às 11:54
Atualizada em 21 • 07 • 2020 às 12:10
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

O que leva as pessoas a investirem em uma serpente venenosa de estimação? Ostentação foi uma das primeiras hipóteses da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que tem investigado o tráfico de animais exóticos na região desde o caso do jovem Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, 22 anos, que foi picado por uma serpente da espécie Naja kaouthia na capital do país.

Ele saiu do coma, mas se mantém na ventilação mecânica do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama (DF). A cobra que picou Pedro foi entregue à Polícia por um amigo e agora está no Zoológico de Brasília. Segundo o major Elis Cunha, do Batalhão Polícia Militar Ambiental do Distrito Federal, testemunhas informaram que o amigo que devolveu a cobra às autoridades teria sido responsável por colocar as 16 cobras no haras em Planaltina.

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Naja apreendida no DF pode ter sido usada para produção de drogas

O episódio desencadeou uma série de operações policiais e a apreensão de 16 cobras de variadas espécies. Algumas estão no topo do ranking das mais venenosas do mundo. O Ibama já notificou que irá aplicar uma multa ao estudante. Segundo especialistas, a espécie foi criada em cativeiro, por não apresentar melanina, incomum para a esse tipo de naja. Natural da Tailândia, as autoridades informaram que não houve qualquer tipo de registro do animal entrando no Distrito Federal.

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Drogas sintéticas e alucinógenos 

Agora a PCDF trabalha com a hipótese de que, outra motivação para se manter estas cobras é para a produção de drogas alucinógenas: o veneno da Naja pode ter sido manipulado, de alguma forma, para produção e mistura de entorpecentes, sobretudo os sintéticos. A variedade de cobras e a forma como eram acondicionadas são indícios que facilitariam a manipulação dos animais.

A Delegacia de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema) tem, além dessa linha de investigação, outras que indicam tráfico internacional de animais exóticos.

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Em entrevista para o jornal Metrópoles, o delegado da Dema, Erison Abdala, informou que o objetivo principal na investigação é identificar e mapear a rota de entrada das cobras no DF, principalmente em relação às espécies características dos países asiáticos. “Estamos apurando se essas cobras foram manipuladas e se o veneno delas foi extraído”.

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Foto: Divulgação/Zoológico de Brasília


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