Debate

Repórteres assustados com Bolsonaro sem máscara são afastados; presidente pode ter passado coronavírus para 76

08 • 07 • 2020 às 12:43
Atualizada em 08 • 07 • 2020 às 13:12
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Depois de anunciar que testou positivo para o novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro demonstrou, em entrevista concedida para poucos jornalistas em Brasília, desrespeito e falta de entendimento acerca das tão faladas medidas de segurança para evitar o contágio.

Bolsonaro começou a falar utilizando a máscara de proteção, no entanto, enquanto conversava com os profissionais a uma distância menor do que o recomendado pelas autoridades de saúde, simplesmente retirou a máscara e expôs os que estavam próximos. No vídeo é possível ver o susto dos jornalistas com o movimento do mandatário.

Bolsonaro simplesmente tirou a máscara e começou a falar

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Após o episódio, a TV Record anunciou o afastamento do repórter Thiago Nolasco em função do contato com o presidente. Ao UOL, a emissora destacou a decisão como uma medida de precaução e disse que todos os profissionais que tiveram contato com pessoas infectadas só retornam ao trabalho depois de fazer novo teste para covid-19.

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“Os colaboradores da Record que tiveram algum tipo de contato com pessoas que testaram positivo para a covid-19 ficam afastadas e em observação por 7 dias e fazem o exame ao final do período. O retorno só acontece quando o exame tem resultado negativo”, disse a emissora em comunicado.

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A CNN também anunciou ao portal o afastamento do repórter Leandro Magalhães e de seu cinegrafista. Os profissionais só devem retornar às suas atividades após o resultado do mesmo teste.

Bolsonaro está com coronavírus

Suspensão da cobertura no Planalto 

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) também pediu aos veículos presentes nesta terça, por meio de ofício, a suspensão da cobertura presencial no Palácio do Planalto, em Brasília. A entidade compreende que Bolsonaro colocou em risco os profissionais de imprensa e que a situação pode se repetir.

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“Imagens e denúncias que chegaram ao SJPDF comprovam que o presidente da República, positivo para a covid-19, colocou em risco os jornalistas e as equipes ao fazer o anúncio. Por que o presidente não solicitou que um médico o fizesse? E qual será a postura daqui para frente”, questionou o sindicato em nota.

A entidade recomendou também que os profissionais que tiveram contato com o presidente e membros do Executivo nos último 10 dias, façam testes para avaliar se contraíram a doença. O sindicado não descartou entrar na Justiça contra Bolsonaro, caso os profissionais testem positivo para a covid-19.

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Os jornalistas infectados são apenas a ponta do iceberg. De acordo com apuração do El País Brasil, antes de ser diagnosticado com a covid-19, o presidente da República tinha uma rotina de trabalho normal, contudo sem as medidas de segurança, já que ele vem demonstrando descuido com elas desde o início da pandemia.

Recentemente, a colunista da Folha Mônica Bergamo reforçou o problema de comportamento de Bolsonaro, ao publicar relatos de pessoas que o visitaram  depois da explosão da epidemia de covid-19 no Brasil. Muitos descreveram momentos de tensão em que o presidente se recusava a usar máscaras, o que induzia convidados a seguir o exemplo. Ele também fazia questão de se aproximar para cumprimentar com um aperto de mão.

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Seguindo este comportamento, é estimado que Bolsonaro tenha infectado pelo menos 76 pessoas dentro do período em que um paciente que está com a doença pode transmiti-la.

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