Ciência

Restauração sem cirurgia da visão de ratos cegos dá esperança para humanos, dizem cientistas

28 • 07 • 2020 às 18:15 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Um estudo realizado por cientistas ligados ao Instituto Italiano de Tecnologia pode revolucionar os tratamentos contra a cegueira de forma sem precedentes: publicado recentemente na revista científica Nature, o trabalho conseguiu devolver a visão a ratos cegos sem qualquer cirurgia – somente com a aplicação de uma prótese artificial injetada no olho. Trata-se de uma espécie de nova retina artificial, baseado em nanopartículas, feita com material capaz de restaurar a visão dos animais por 8 meses, período bastante longo na perspectiva da vida de um rato, estimada entre 1 a 2 anos.

© Getty Images

Segundo o professor Mattia Bramini, um dos cientistas ligado à pesquisa e ao instituto, o modelo desenvolvido recupera a resposta visual através da “ativação dependente da luz dos neurônios internos da retina” por estímulo das nanopartículas. “Dado que eles atingiram a sensibilidade à luz após uma única injeção e com potencial para alta resolução espacial, as nanopartículas fornecem um novo caminho a seguir nas próteses da retina, com aplicações potenciais não apenas no caso da retinite pigmentosa, mas também na degeneração macular relacionada à idade”, disse Bramini.

O cientista italiano Mattia Bramini © IIT

Além de recuperar a visão, a aplicação nos animais se deu de forma ampla e consistente, sem qualquer reação inflamatória relevante. A partir do resultado do positivo, a ideia é dar prosseguimento à pesquisa, a fim de encontrar aplicações do método em seres humanos, para contornar os efeitos sobre a visão de males hereditários ou degenerações provocadas pela idade que provoquem a cegueira.

Visão microscópica das nanopartículas (em vermelho) se espalhando pelo espaço da retina © IIT

A novidade do Instituto Italiano de Tecnologia oferece maior resolução espacial do que as atuais próteses bidimensionais que já existem, além de potencialmente oferecer uma aplicação mais simples e segura aos pacientes futuros.

© Pixabay

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