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Quando a pandemia de gripe de 1918 se alastrou pelos Estados Unidos, máscaras de gaze se tornaram primordiais na batalha contra o vírus. Mas, assim como na atual pandemia de coronavírus, os itens de proteção facial também alimentaram a divisão política e o ceticismo. Na época, autoridades médicas pediram o uso de máscaras para auxiliar na luta contra a propagação da doença, e, assim como agora, algumas pessoas resistiram.
Como conta a reportagem do “New York Times“, a Liga Antimáscara, como ficou conhecida, não se intimidou com as milhares de mortes que aconteceram entre 1918 e 1919 por conta do vírus; pelo contrário. Segundo o jornal norte-americano, as máscaras eram enxergadas como símbolo de exagero por parte do governo e serviram como bode expiatório para a promoção de protestos, petições e outras formas de resistência à utilização do aparato de proteção individual.
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Pessoas esperando por máscaras na cidade californiana de São Francisco, em 1918 / Foto: California State Library
O movimento surgiu após a reinstituição da portaria do Conselho de Supervisores de São Francisco, na Califórnia, que, a partir de 17 de dezembro de 1918, decretou a volta do uso de máscaras. A decisão foi tomada após a notícia do aumento da quantidade de óbitos, que se estenderam ao início do ano seguinte com 1.800 novos casos de gripe e 101 mortes já nos primeiros dias de janeiro.
A liga era liderada por uma mulher, E.J. Harrington, advogada, ativista social e adversária política do prefeito, James Rolph. Cerca de meia dúzia de outras mulheres ocupavam os cargos superiores junto a ela. Oito homens também aderiram, alguns deles representando sindicatos, juntamente com dois membros do conselho de fiscalização que votaram contra as máscaras.
No dia 25 de janeiro de 1919, a liga realizou sua primeira reunião organizacional, aberta ao público no Dreamland Rink, em São Francisco, onde se reuniu em defesa da revogação da lei da máscara e a favor das demissões do prefeito e dos funcionários da saúde.
Convocação de protesto pela Liga Antimáscara no ‘The San Francisco Chronicle’, em 25 de janeiro de 1919 / Foto: U C Berkeley
Entre as reclamações do grupo, estavam a falta de evidências científicas de que as máscaras realmente funcionavam e a ideia de que forçar as pessoas a usar as proteções de pano era inconstitucional.
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De acordo com Brian Dolan, historiador médico da Universidade da Califórnia, localizada em São Francisco, a principal questão dos negacionistas da época nada tinha a ver com a Constituição. “Não se tratava de uma questão constitucional; era uma questão de dinheiro”, conta o doutor, em entrevista ao “New York Times”. Além do fechamento de estabelecimentos comerciais, as multas para quem não utilizasse máscaras variava de US$ 5 a US$ 10 ou poderia ser revertida em até dez dias de prisão.
Em 27 de janeiro, a liga protestou novamente, desta vez em uma reunião do Conselho de Supervisores, mas o prefeito se manteve firme. Contudo, a revogação do decreto veio alguns dias depois, em 1º de fevereiro, quando o prefeito Rolph citou uma redução nos números de novas infecções.
Oficiais do Tribunal de Polícia de São Francisco realizam sessão ao ar livre, em 1918 / Foto: Getty Images
Uma nova onda de gripe surgiu ainda no final daquele ano. O total de mortos chegou a cerca de 675.000 em todo o país, ou 30 para cada 1.000 pessoas em São Francisco, o que a marcou como uma das cidades mais atingidas pela doença nos Estados Unidos.
Para Dr. Dolan, a história da Liga Antimáscara, que atraiu interesse renovado agora em 2020, demonstra a desconexão entre a escolha individual e a conformidade (científica) universal.
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