A arte imita a vida: a atriz Juliana Lohmann, que recentemente tornou público ter sido vítima de um estupro, viverá situações de abuso como Cindy, na novela ‘Amor sem igual’, que irá ao ar pela Record TV.
A personagem interpretada pela ex-Globo será mantida como escrava sexual na Europa. Depois de encontrada pela polícia, retornará ao Brasil. Ao detalhar o ocorrido para alguns conhecidos, ela acabará desabafando sobre outros traumas e revelará ter sido assediada por um namorado da mãe quando era mais nova. A virada na trama foi surpresa para a atriz.
Agressão do namorado e violência sexual do diretor
Em julho deste ano, Juliana, de 30 anos, revelou quefoi violentada sexualmente por um diretor de TV quando tinha 18 anos. Seu depoimento corajoso foi publicado na íntegra pela revista Cláudia: “Em determinado momento, percebi que o contato que ele fazia comigo excedia o profissional”, relatou.
Após Juliana ter tornado sua história pública, dezenas de atrizes fizeram o mesmo e publicaram depoimentos e mensagens de apoio em suas redes sociais. Desde então, a atriz tem sido uma ‘madrinha‘ da causa, usando de sua experiência como uma inspiração para que outras mulheres tenham a mesma coragem de denunciar para, finalmente, ficarem livres do ciclo de abusos.
Já em seu depoimento para a Cláudia, ela menciona a importância desse tipo de empoderamento:
Eu não sei quem é você que me lê. Não sei em que situação você está. Pode ser que esteja vivendo um relacionamento abusivo e não saiba como sair. Pode ser que esteja sob ataques e crimes de violência doméstica. O que é mais triste é que não posso dizer pra você simplesmente ligar 180 e denunciar, porque pode ser que você não tenha dinheiro pra comprar comida sem a ajuda do seu violentador. Mas isso não pode te calar. Procure ajuda de parentes, de vizinhos ou de pessoas próximas. Trace um plano caso precise sair com urgência de casa. Procure proteção do Estado. Não aja sozinha.
A atriz também realtou o episódio de agressão que sofreu do então namorado.
“Quando tive coragem de contar esse episódio à um namorado, ouvi que se eu realmente não quisesse ter transado, eu teria jogado um abajur na cara do sujeito. ‘Você quis’, ele dizia. Eu e esse namorado tivemos um relacionamento relativamente duradouro por volta dos meus 20 anos, no qual constantemente sofri violências psicológicas, verbais e físicas”.
Juliana Lohmann explica, ainda no texto da revista Cláudia, que as agresões começaram aos poucos, “com apertões fortes e disfarçados”. Até que a coisa escalou.
“Ele colocou a tesoura no meu pescoço e disse que ia me cortar inteirinha. E me trancou no banheiro de uma festa e ameaçou jogar uma garrafa de whisky na minha cabeça”.
Juliana vai retomar o trabalho em ‘Amor sem Igual‘ depois de cinco meses de paralisação por causa da pandemia. As gravações voltaram nesta segunda-feira (10). Faltam 40 capítulos para o encerramento da novela.
Karol Gomes é jornalista e pós-graduada em Cinema e Linguagem Audiovisual. Há cinco anos, escreve sobre e para mulheres com um recorte racial, tendo passado por veículos como MdeMulher, Modefica, Finanças Femininas e Think Olga. Hoje, dirige o projeto jornalístico Entreviste um Negro e a agência Mandê, apoiando veículos de comunicação e empresas que querem se comunicar de maneira inclusiva.
Branded Channel Hypeness
Marcas que apoiam e acreditam na nossa produção de conteúdo exclusivo.