Canais Especiais Hypeness
-
Adotar é Hype
-
Namore-se
O novo álbum visual de Beyoncé, intitulado ‘Black is King‘, ainda não está disponível para os fãs brasileiros, mas ainda assim é um dos assuntos mais comentados no Twitter por aqui – entre fãs, críticos de arte ou pessoas que foram impactadas pela obra da diva pop. Em meio aos muitos pontos positivos, um artigo da antropóloga Lilia Schwarcz, na Folha de São Paulo, chamou atenção.
Ninguém está isento a críticas, nem mesmo aquela que é considerada a rainha do pop, mas o texto de Lilia beira a injustiça, principalmente porque a autora tenta determinar como Beyoncé, supostamente, deveria falar sobre racismo por meio de seu trabalho.
– Beyoncé cita vidas negras, George Floyd e fala do machismo na indústria da música
Beyoncé recebeu críticas de colunista sobre como conduzir seu trabalho
No artigo, Lilia se refere a Beyoncé como uma mulher negra diversas vezes. Então, vale a pena fazer o mesmo e lembrar que a autora da crítica é uma mulher branca. Como disse a jornalista Aline Ramos em sua coluna para a UOL, “não são apenas pessoas negras que devem criticar ou analisar o trabalho de Beyoncé. Não acredito que seja necessário um “lugar de fala” para isso. Mas quando uma mulher branca diz como uma mulher negra deve lutar contra o racismo, isso nada mais é do que racismo”.
– Beyoncé fala sobre relação com corpo e aborto: ‘Dor e perda é um presente’
E é exatamente o que Lilia faz com seu texto, a começar pelo título, que minimiza a grandeza do trabalho em ‘Black Is King‘. “Filme de Beyoncé erra ao glamourizar negritude com estampa de oncinha”, diz a chamada do artigo.
Beyoncé em cena de ‘Black is King’
Lilia schwarcz não entende nada do poder da cosmovisão e da ficção afrocentrada por isso coloca a régua eurocêntrica em tudo e evoca um “senso de realidade” que não cabe no imaginário negro pra discutir Beyoncé. É tentar diminuir aquele fogo que ela não controla e nunca irá ?
— Ale Santos (@Savagefiction) August 3, 2020
Críticas pertinentes a produção da Beyoncé não faltam. A rapper @noname levantou algumas.
Inclusive tem sido muito debatido por pessoas africanas. Vou deixar aqui links de matérias q reúnem críticas de quem deve fazer, pra quem sabe branco entender q n precisamos deles.
— Tati Nefertari (@TatiNefertari) August 2, 2020
Beyoncé mostra conexão com a ancestralidade de África
O novo álbum visual da americana, disponível no Disney+ e inspirado na história do remake de ‘O Rei Leão’ lançado em 2019 e que tem a cantora norte-americana emprestando sua voz para a personagem Nala, vem como o ponto de expressão mais alto daquilo que influencia sua carreira nos últimos anos: sua ancestralidade.
– “Estive no inferno e voltei”, Beyoncé fala sobre corpo, aceitação e empoderamento na Vogue
Para Lilia, Beyoncé estaria se aproveitando da cultura africana para comunicar um história que não condiz com o momento que os Estados Unidos está passando, principalmente após o assassinato de George Floyd, e que tampouco reflete a realidade do continente africano.
Muito dos argumentos da antropóloga são baseados em seus estudos de raça, mas ela esquece de considerar que a violência policial que afetou Floyd é constante e que artistas negros não deixam de criar por este fator. Ela também desconsidera que África é um continente constantemente explorado por colonizadores e pela mídia e o que faz Beyoncé é mudar sua imagem para mostrar suas belezas e riquezas.
Beyoncé em cena de ‘Black is King’
– Graças a Beyoncé, Vogue terá primeira capa clicada por fotógrafo negro da história
Há três anos, ela subiu ao palco do ‘Grammy’ para apresentar canções do disco ‘Lemonade‘, grávida de gêmeos, homenageando a orixá Oxum com sua coroa e projeções de tom amarelo. No ano seguinte, quando foi a primeira mulher negra a ser a atração principal do festival ‘Coachella’, Beyoncé surgiu com roupa prateada e turbante inspirados na rainha egípcia Nefertiti.
Talvez o endeusamento de Beyoncé nos faça esquecer que ela é uma mulher negra como muitas outras e que ela parece estar passando, também como muitas outras, por um momento de reconexão com sua identidade e ancestralidade. A diferença é que ela transforma suas descobertas em arte.
Lilia Schwarcz, ainda na noite de domingo (2), usou suas redes sociais para se defender e pedir desculpas aos que, segundo ela, se sentiram ofendidos.“Penso que faz parte da democracia discordar. Faz parte da democracia inclusive apresentar com respeito argumentos discordantes”, argumentou.
Publicidade
Eu gosto demais de streetart, ainda mais quando o artista usa a simplicidade e imaginação para criar sua arte. Esse...
Chris Martin deu aos fãs de Coldplay o que eles queriam e sentem falta: contato com o ídolo. Mas, em tempos de...
Desde a estreia os Vingadores - Guerra Infinita está justificando a expectativa dos fãs. No Brasil a produção já...
Já parou para observar a beleza por trás das grandes ocupações urbanas? Olhar para as formas e texturas que cortam...
A astrologia é uma das grandes paixões do brasileiro. O debate em cima dos signos e seus ascendentes é tão...
A corrida espacial que firmou uma disputa entre Estados Unidos e União Soviética parece ter um relançamento após a...
Na edição desta semana do quadro Minha Casa é Hype temos como convidada Simone Sapienza Siss, artista plástica e...
A volta da banda carioca Los Hermanos não só aos palcos como ao estúdios – o lançamento recente da música "Corre...
Mais de 40 dias em quarentena e cada vez mais encontramos artistas fazendo lindos trabalhos online. O streaming é o...