A região do Pantanal, no Centro-Oeste brasileiro, enfrenta uma verdadeira tragédia. Desde o dia primeiro de janeiro deste ano até o último dia 20 de agosto foram detectados mais de oito mil focos de queimadas, maior número desde que os registros começaram a ser feitos, em 1998. As informações são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e representam um aumento de 205% em relação ao ano passado.
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Chamas avançam sobre a mata no estado no Mato Grosso, na região do Pantanal.
O clima seco na região é um dos fatores que fazem o fogo avançar, mas não são o único motivo. A ação humana na região, colocando fogo nas pastagens ou a título e limpeza, funcionou como um verdadeiro catalisador das queimadas. Vale lembrar que o Centro-Oeste brasileiro é uma região com extensa atividade agropecuária. As cidades de Poconé, no Mato Grosso, e de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, perto da fronteira com a Bolívia, são os municípios com o maior número de focos de incêndio (1.397 e 1.310, respectivamente).
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Período de estiagem severo e desmatamento crescente estão devastando o bioma.
De acordo com Júlio Cesar Sampaio, líder local do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), o mês de agosto costuma ser de estiagem, mas locais que ainda deveriam estar inundados da chuva de outros meses secaram. Para se ter uma ideia, o rio Paraguai, principal afluente da região, costuma alcançar 5,6 metros de média durante o período de cheias. O valor registrado em junho pela Marinha do Brasil foi de menos da metade: apenas 2,1 metros.
A expectativa para os próximos meses não é boa e pesquisadores já afirmam que o atual momento do Pantanal é a maior tragédia ambiental de sua história.
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Bombeiro tenta apagar as chamas que consomem a vegetação.