A intimidade de Andy Warhol registrada em polaroides pela melhor amiga do artista, falecida recentmente

Vitor Paiva  • Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

O artista estadunidense Andy Warhol era um aficionado por retratos em Polaroid – tanto por fotografar outras pessoas, quanto por ser modelo e tema de ensaios fotográficos no formato. Assim, era natural que Brigid Berlin, melhor amiga de Warhol e uma das personagens mais emblemáticas da Factory, estúdio de produção artística criado por Warhol entre os anos 1960 e 1980, possuísse uma vasta coleção de polaroides registrando o artista em seu cotidiano íntimo e resguardado. Brigid conheceu Warhol em 1964, e rapidamente tornou-se personagem fundamental no entorno do artista – e, conhecida por ser uma fotógrafa obsessiva, começou a tirar fotos instantâneas de seu amigo.

Algumas das imagens presentes são registros raros e pouco vistos da intimidade de um dos mais emblemáticos e importantes artistas plásticos de todo o século XX. Enquanto figura central da chamada Pop Art, Warhol em sua persona viria a encapsular boa parte dos debates ao redor de questões profundas como o consumo, o capitalismo, a indústria cultural, o questão da autoria, da reprodução e das estéticas industriais e de mercado em sua arte.

Berlin, além de espécie de fotógrafa oficial do artista, seria também estrela em diversos filmes de Warhol, incluindo Chelsea Girls, de 1966, e Ciao! Manhattan, de 1972.

Berlin e Warhol

A partir de 1975, Berlin passaria a trabalhar na icônica revista Interview, criada por Warhol em 1969 – onde seguiria trabalhando mesmo após a morte do artista, em 1987.

Conhecida como a “superstar” de Andy Warhol, a fotógrafa faleceu recentemente, em julho de 2020, aos 80 anos de idade.