Espermatozoides de cerca de 100 milhões de anos foram encontrados em perfeito estado em Mianmar, na Ásia. Os vestígios arqueológicos estavam protegidos há tanto tempo graças a uma resina de âmbar que os conservou ao longo dos anos. Eles estavam dentro de uma ostracoda, classe de pequenos crustáceos formada por duas conchas. A descoberta foi apresentada ao mundo em uma artigo científico publicado na revista “Proceedings of the Royal Society B.”
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A ilustração do coito entre duas ostracodas feita por Dinghua Yang.
Cientistas que descobriram o fóssil acreditam que eles seja originário do período Cretáceo. As células reprodutivas da espécie Myanmarcypris hui chamaram a atenção pelo tamanho, considerado muito maior do que o de outras espécies. É provável que a ostracoda encontrada, uma fêmea, tenha acasalado logo antes de ficar presa na resina de uma árvore, o que fez o material ficar tão preservado.
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Para se ter uma ideia do tamanho dos espermatozoides encontrados na ostracoda, eles eram quase cinco vezes maiores que os corpos dos machos da espécie. Segundo a pesquisadora Renate Matzke-Karasz informou à “AFP”, isso seria como uma célula reprodutora de 7,3 metros para um corpo humano de 1,70m.
“A complexidade do sistema reprodutivo encontrada nessas amostras levanta a pergunta se o investimento em espermatozoides gigantes é uma estratégia evolutiva consistente”, explica a cientista.
“Esses resultados também dobram a idade do mais antigo e inequívoco esperma de animal fóssil. Esta descoberta destaca a capacidade do âmbar de documentar partes moles de invertebrados que raramente são registradas por outros ambientes deposicionais”, diz o resumo do artigo.
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