Um estudo recém-divulgado pelo Universidade College London, do Reino Unido, mostrou que boa parte dos mamíferos estão sujeitos ao Sars-Cov-2, vírus que causa a covid-19. Os pesquisadores queriam entender como o coronavírus se espalhava entre população de animais – o que pode facilitar a descoberta da origem da doença – e a conclusão é que aves e répteis estão livres da doença, mas nosso camaradas da classe Mammalia ainda podem sofrer com a pandemia.
Os pesquisadores aplicaram o vírus em 215 espécies para entender como eles se relacionariam com a proteína Spike, responsável pela contaminação. A ideia é prever com cuidado quais são os mais suscetíveis à doença (o que poderia trazer um processo de extinção) e quais os que podem acumular mais o vírus e infectar humanos no futuro. A descoberta é importantíssima para lidarmos com o mundo pós-vacina.
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“Queríamos olhar além dos animais que foram estudados experimentalmente para ver quais podem estar em risco de infecção e garantir, assim, uma investigação mais aprofundada”, explicou, Christine Orengo, principal autora do estudo, em nota. Segundo as descobertas, os animais que sofrem mais risco com a pandemia são ovelhas e grandes primatas (chimpanzés, gorilas, orangotangos e bonos, por exemplo).
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“Os animais também podem atuar como reservatórios do vírus, com potencial para infectar humanos posteriormente”, alerta a pesquisadora. “Os detalhes da infecção do hospedeiro e a gravidade da resposta são mais complexos do que apenas as interações da proteína com a ACE2, portanto, nossa pesquisa continua explorando as interações envolvendo outras proteínas do vírus hospedeiro”, justificou.
A partir de agora, resta pesquisar mais para saber como conter a covid-19 em fazenda, em que a densidade de animais é muito alta. Esses ambientes anda podem ser um risco para a disseminação da doença, mas os efeitos dos vírus em cada animal ainda são um mistério.
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“É importante empregar medidas de higiene ao lidar com animais, semelhantes aos comportamentos que todos nós temos aprendido este ano para reduzir a transmissão e para pessoas infectadas isolarem dos animais, bem como de outras pessoas”, afirmou Santini.