Inovação

Alunos do Ceará usam capacete para criar sensor de movimentos para cegos

09 • 10 • 2020 às 16:56
Atualizada em 13 • 10 • 2020 às 19:16
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Em uma escola na cidade de Pindoretama, no interior do Ceará, o desejo de ajudar reuniu um grupo de alunos para transformar um capacete de construção civil em um equipamento sensor capaz de auxiliar pessoas com deficiência visual a se locomoverem com segurança. Utilizando materiais tão simples e acessíveis Papel Paraná, placas de espuma vinílica acetinada, bateria 9 volts, cabos de alimentação – além, é claro, de sensores infravermelhos que captam movimentos próximos – os alunos da 3ª série da Escola Júlia Alenquer Fontenele desenvolveram o protótipo do projeto.

O desenvolvimento do capacete foi orientado pelo professor de química Igor Cajaty, e teve como objetivo criar um equipamento capaz de reduzir os riscos de acidentes envolvendo pessoas com deficiência visual, mas que também oferecesse tecnologia avançada de baixo custo. O projeto foi batizado de Tecnologia Assistiva Acessível para Pessoas com Deficiência Visual (TAAPDV) e traz sensores na parte frontal e nas laterais, a fim de detectar a presença de qualquer objeto, pessoa ou animal em tempo suficiente para que o usuário possa reagir ou parar.

O sistema funciona de forma semelhante aos sensores detectores de movimento de um carro – mas no caso da TAAPDV o aviso sonoro foi substituído por uma vibração no braço de quem estiver vestindo o capacete em caso de eventual aproximação perigosa. A inspiração para o desenvolvimento da tecnologia veio desde o ano passado, a partir da experiência de um familiar de um dos alunos, que enxerga parcialmente – e se somou ao desejo do professor Igor de motivar os jovens à iniciação científica.

E o resultado não podia ser mais inspirador: o projeto da TAAPDV é um dos 20 semifinalistas do Prêmio Respostas Para o Amanhã, concurso global realizado pela Samsung que premia soluções para problemas locais realizadas a partir de experimentações científicas. E seja qual for o resultado, o concurso já é motivo de orgulho para o cearense: o Ceará é o estado brasileiro com mais representantes nessa sétima edição do prêmio, com seis projetos selecionados para a etapa. Localizada no litoral leste do estado do Ceará, Pindoretama tem cerca de 20 mil habitantes e fica a aproximadamente 52 km de Fortaleza.

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