Debate

Atleta é constrangida e obrigada a ‘comprovar gênero feminino’ para embarcar em voo

13 • 10 • 2020 às 03:00 Kauê Vieira
Kauê Vieira   Sub-editor Nascido na periferia da zona sul de São Paulo, Kauê Vieira é jornalista desde que se conhece por gente. Apaixonado pela profissão, acumula 10 anos de carreira, com destaque para passagens pela área de cultura. Foi coordenador de comunicação do Projeto Afreaka, idealizou duas edições de um festival promovendo encontros entre Brasil e África contemporânea, além de ter participado da produção de um livro paradidático sobre o ensino de África nas Escolas. Acumula ainda duas passagens pelo Portal Terra. Por fim, ao lado de suas funções no Hypeness, ministra um curso sobre mídia e representatividade e outras coisinhas mais.

Seis vezes campeã do mundo e oito vezes campeã europeia de levantamento de peso, aos 42 anos a atleta russa Anna Turaeva recentemente dividiu um chocante relato de como havia sido detida pela segurança de um aeroporto para comprovar que ela era de fato uma mulher – apesar da informação constar de forma inequívoca em seus documentos. Segundo Turaeva, os funcionários do aeroporto acreditavam que ela era um homem se passando por uma mulher, e a obrigaram a responder uma série de questionamentos íntimos e privados antes de liberá-la.

A atleta russa Anna Turaeva

O incidente aconteceu em um aeroporto na cidade de São Petersburgo, na Rússia, de onde a atleta ia pegar um voo com destino a sua cidade natal de Krasnodar. “Eles não me deixaram passer do ponto de checagem, dizendo que estava escrito no meu passaporte que eu era mulher”, comentou Turaeva em um post. “Foi humilhante, eu fui repreendida feito uma criança na frente de todas as pessoas na fila”, comentou, reiterando que perguntas íntimas e invasivas foram feitas, sobre sua vida pessoal e até mesmo sexual. “A fila inteira estava assistindo essa anarquia, e eu me senti tão desamparada quanto possível nessa situação”.

A atleta precisou explicar, de forma polida e tranquila, que era de fato uma mulher, e depois de muita confusão foi enfim liberada para o embarque – mas rapidamente postou a inacreditável história nas redes. “Eu não trabalhei desde minha juventude, com meu sangue e suor pelo meu país, para ser tratada dessa maneira”, comentou. “Eu adoro salões de cabelereiro, manicure, procedimentos cosméticos, eu me vejo desse jeito. Não tenho que provar nada a ninguém, é meu estilo, minha maneira de viver. Eu estou confortável”, concluiu. A companhia aérea responsável pelo embarque, Utair, respondeu pelas redes sociais com um pedido de desculpas público à Turaeva, admitindo que “tal atendimento é inadmissível”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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