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Com a eleição presidencial americana batendo à porta, o debate entre conservadores e progressistas cresce cada dia mais. A possível reeleição do presidente Donald Trump levanta outra vez o debate sobre a base eleitoral que o elegeu em 2016 e pretende fazê-lo de novo este ano: os fundamentalistas cristãos que vêem no debate antirracista uma ameaça.
– 40% das mulheres vítimas de agressões físicas e verbais são evangélicas
A pesquisadora Kristin Kobes Du Mez, da Calvin University, instituição de doutrina calvinista no Michigan, fala sobre o tema em seu livro “Jesus and John Wayne: How White Evangelicals Corrupted a Faith and Fractured a Nation” (“Jesus e John Wayne: Como Evangélicos Brancos Corromperam a Fé e Fragmentaram uma Nação”), ainda sem tradução para o português. No livro, a autora resgata 75 anos de história do evangelicalismo nos Estados Unidos para mostrar como Trump se tornou um heroi da extrema direita religiosa.
Kristin posa atrás da estante que expõe seu livro em uma livraria.
A pesquisa de Kristin começou há cerca de 15 anos, quando alunos da universidade em que ela lecionava lhe mostraram alguns livros que versavam sobre o conceito de masculinidade evangélica. Para sua surpresa, ela percebeu que o esse estereótipo, associado à religião, vinha com um peso bélico, da imagem do guerreiro que era sustentado por um Deus igualmente movido pela força opressora.
– ‘Em nome de Cristo’: evangélicos ajudam a reconstruir terreiro de Candomblé
“Isso foi durante a Guerra do Iraque, quando os evangélicos brancos apoiavam desproporcionalmente aquela guerra e a guerra preventiva em geral. Eles também eram mais propensos a tolerar o uso de tortura e a apoiar uma política externa agressiva. E então comecei a examinar como os ideais evangélicos de gênero e masculinidade podem estar ligados a esses compromissos mais amplos”, explica, em entrevista ao portal “Geledes”.
Ela conta que o livro passou a ser adotado por muito evangélicos que viam no discurso de Trump, “defensor dos valores cristãos”, uma incoerência com os preceitos biblícos como o amor ao próximo ou os nove frutos do Espírito (entre eles, a alegria, a paz, a paciência, a bondade e a mansidão).
– Donald Trump e seu histórico de racismo são apostas para a reeleição nos EUA
Donald Trump busca a reeleição para a presidência dos EUA.
A Guerra do Vietnã, segundo Kristin, teve papel fundamental na construção desse cristianismo fundamentalista e violento. As bases do nacionalismo cristão branco e do militarismo se encontraram pautados pela ideia de que transformariam os EUA em uma grande nação usando como ferramenta seus ideais conservadores — pensamentos que foram cercados pelos movimentos dos anos 1960, como a luta pelos direitos civis, o avanço do movimento feminista e os movimentos anti-guerra, que pareciam grandes ameaças aos conservadores cristãos.
“Para eles, parecia que a incapacidade dos EUA em derrotar o inimigo desorganizado do Vietnã do Norte sugeria um problema com a masculinidade americana. O feminismo e o liberalismo haviam tirado a virilidade de uma geração de homens. Então cabia aos evangélicos conservadores transformar meninos fortes em homens fortes que pudessem defender a ‘América cristã’”, explica a autora.
Na entrevista, Kristin explica como o fundamentalismo evangélico busca sempre a figura de um inimigo a nível interno e externo. “Como nacionalistas cristãos, uma ameaça externa representa uma ameaça à ‘América cristã’ – e ao próprio cristianismo. Ao mesmo tempo, ameaças domésticas (feministas, liberais, humanistas seculares, etc.) também ameaçam a América cristã de dentro. Crueldade e até violência podem ser necessárias para proteger a fé e a nação. Mas os fins justificarão os meios.”
Com relação ao movimento do Black Lives Matter, ela reforça que atitudes racistas deram ao movimento evangélico a força que ele tem hoje. Os evangélicos brancos, segundo Kristin, têm dificuldade em entender que eles mesmos fazem parte do racismo histórico, sistêmico e estrutural promovido por fundamentalistas cristãos.
Para o Brasil, a pesquisadora deixa um recado: “Neste momento histórico e político é importante para os cristãos, e para os próprios evangélicos, falar com ousadia, desafiar formulações de sua fé que demonizam os outros, que sustentam o autoritarismo, que deixam de trabalhar para o bem comum, que deixam de amar o próximo como a si mesmos. Se mais pessoas tiverem coragem de falar e agir, haverá força nos números.”
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