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O número de representantes indígenas no Congresso é ínfimo: um. Na verdade, uma: Joênia Wapichana (Rede), eleita deputada federal em 2018 por Roraima. Este ano, quem sabe, as urnas poderão dar a ela — e a todos os indígenas do país — vozes a mais para gritarem pelos direitos dessa parcela tão marginalizada da nossa sociedade dentro da política. Nas eleições municipais que se aproximam, haverá mais de 2,1 mil candidatos indígenas, sendo 32,4% deles, mulheres.
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Quem são elas? O Uol conversou com algumas delas sobre suas convicções, suas histórias e ideais para tornar suas cidades mais representativas.
Membro Guarani Nhandewa, da Terra Indígena Laranjinha, Amaue Jacintho tem 34 anos e nasceu em Santa Amélia, no interior do Paraná. Em 2014, ela passou no vestibular indígena e começou a estudar Ciências Sociais na Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde faz parte da Articulação dos Estudantes Indígenas da faculdade.
A preservação ambiental é nossa principal pauta. O Paraná está enfrentando uma crise hídrica muito séria, que não irá demorar muito para chegar aqui em Londrina. Queremos recuperar as nascentes dos rios, que estão quase esgotadas. Queremos também fazer um trabalho de recuperação e de preservação das matas no município inteiro.”
Kandara tem 39 anos e é membro da aldeia Juerana, da Terra Indígena Coroa Vermelha (BA). Ela conta que, desde criança, viu os pais lutarem pelos direitos indígenas. A mãe, Yamany Pataxó, foi cacica da aldeia em que Kandara cresceu.
Aos 16 anos, a candidata percebeu que gostaria de dedicar sua vida para dar voz às mulheres e aos indígenas. “Sempre me disseram que eu era rebelde, e gosto dessa rebeldia. Quero que outras mulheres possam tê-la também”, conta ao “Uol”.
Em 2017, Kandara organizou uma passeata pelo fim da violência doméstica contra mulheres, especialmente mulheres indígenas.
“Enquanto mulher indígena, vi a necessidade de ajudar e de ser porta-voz de minhas parentes que sofrem violência. Tive muitos embates dentro do meu território por conta dessa luta. Os caciques acharam que eu estava invadindo um espaço que até então tinha as regras ditadas por eles. Sempre falo que nós queremos lutar junto com os homens, mas que eles devem ouvir a nossa voz. Acho que, juntos, conseguimos muito mais.”
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A chapa de Val e Cris Duarte não é de hierarquia ou subordinação. É de parceira. As duas chamam suas candidaturas de “coprefeitas”, palavra que reflete a colaboração das duas na função administrativa.
Ela conta que entrou na militância há quase dez anos, em 2011, quando iniciou um trabalho voluntário com famílias do povo Terena da Terra Indígena Taunay-Ipegue. Val, que hoje tem 39 anos, ficou muito abalada quando viu que uma das 50 famílias orientadas por ela não conseguiria pagar o aluguel.
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“Fomos atrás de um local para poder chamar a atenção do poder público. Achamos uma área da prefeitura que estava totalmente abandonada e fizemos uma ocupação. Me tornei a primeira cacica da comunidade e, em 2015, conseguimos a regularização do espaço.”
Ela acredita que ser mulher indígena no Brasil de Jair Bolsonaro, “é ser resistência”. “Estamos perdendo anciões que para nós significam muito, são bibliotecas vivas.”
Ariene Susui é membro do povo Wapichana e participa do ativismo indígena desde os 16 anos. Ela hoje tem 23 e entrou no mestrado, após se formar em Comunicação Social pela Universidade Federal de Roraima.
“Acredito que o machismo é a principal dificuldade que as mulheres encontram para entrar na política, porque sempre ouvimos que não temos capacidade de enfrentar uma campanha eleitoral e de ocupar cargos públicos.”
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