Ciência

Depressão pós parto também pode afetar homens; saiba como identificar

19 • 10 • 2020 às 11:21
Atualizada em 16 • 09 • 2021 às 23:26
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Alguns tabus e outras coleções de preconceitos e estigmas fazem com que diversos males psicológicos que podem nos acometer fiquem muitas escondidos e proibidos – e, assim, cresçam e nos assombrem ainda mais. Segundo coluna de Ana Canosa para o Universa, do UOL, esse é o caso, por exemplo, da depressão pós-parto entre homens – um dilema que, de acordo com o texto, acomete cerca de 4% dos pais no período até 2 anos após o nascimento de um filho ou filha. Sintomas como descontentamento, perda de interesse ou prazer em atividades, perda de esperança, de apetite, de libido e desejo sexual, de concentração, dificuldades com o sono, arroubos de culpa e impressão de dificuldade na criação de vínculo com o bebê são algumas das principais pistas de que tal quadro pode estar acontecendo.

A explanação na coluna parte da pergunta de uma leitora, que afirma que depois que o filho nasceu seu marido deixou de demonstrar interesse sexual – e, para a especialista, tal sintoma pode estar diretamente ligado a um sentimento inconsciente de abandono, ciúme ou inveja da posição que o bebê, esse terceiro elemento que passa a fazer parte da relação, subitamente ocupa. Além disso, muitas vezes cria-se o tabu de que a imagem de uma mãe não pode se misturar com erotismo ou desejo sexual – como se o sexo se tornasse impraticável com aquela mulher que era sua esposa e se tornou sua mãe.

Esses são sintomas psíquicos, que não necessariamente são elaborados em nossa consciência com tal clareza, mas que se afirmam por nosso inconsciente como tabus e influências que se revelam por tais sintomas. Canosa sugere que todos os envolvidos fiquem atentos aos sinais, e indica que uma comunicação aberta e franca, receptiva e ao mesmo tempo eloquente sobre como se está sentindo, é o primeiro passo para a resolução da questão.

Naturalmente que um bom processo terapêutico pode fazer toda a diferença em tais casos – para que, seja qual for o sintoma, ele possa ser contornado e, tanto a experiência de um filho quanto a retomada da vida sexual pelo casal possam ser experiências ricas e felizes de modo geral.

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