Tecnologia

Encruzilhada: humanidade caminha para mais profunda guinada tecnológica da história

14 • 10 • 2020 às 17:45
Atualizada em 19 • 10 • 2020 às 12:31
Kauê Vieira
Kauê Vieira   Sub-editor Nascido na periferia da zona sul de São Paulo, Kauê Vieira é jornalista desde que se conhece por gente. Apaixonado pela profissão, acumula 10 anos de carreira, com destaque para passagens pela área de cultura. Foi coordenador de comunicação do Projeto Afreaka, idealizou duas edições de um festival promovendo encontros entre Brasil e África contemporânea, além de ter participado da produção de um livro paradidático sobre o ensino de África nas Escolas. Acumula ainda duas passagens pelo Portal Terra. Por fim, ao lado de suas funções no Hypeness, ministra um curso sobre mídia e representatividade e outras coisinhas mais.

Os avanços tecnológicos transformaram a humanidade nos últimos 200 anos de forma quase tão radical quanto os milhões de anos de nossa história que antecederam o período – e nos últimos 20 ou 30 anos, o advento da internet e do digital lançaram um salto ainda maior. E esse é o só o começo: especialistas estimam que nos próximos 10 anos o impacto da tecnologia em nossa realidade será o mais veloz, mais profundo e mais transformador de nossa história – capaz de nos afetar nos meios mais importantes das sociedades como um todo. Mas como encaminhar tais revoluções para que elas beneficiem de fato a humanidade, e não somente o 1% da população mais rico e poderoso? É essa a questão sobre a qual os pesquisadores e escritores Tony Seba e James Arbir se debruçaram, em artigo para o site Fast Company.

Para os dois autores, veremos nos próximos anos os avanços tecnológicos transformando de forma sem precedentes áreas de base, como energia, produção de alimentos, informação, transporte e materiais, com custos caindo vertiginosamente e aumento na eficácia da produção – permitindo, assim, transformações verdadeiras em abismos sociais de nossa realidade. Segundo o artigo, é possível nascer “um mundo construído não com carvão, óleo, aço, gado e concreto, mas baseado em fótons, elétrons, DNA, moléculas e bits”. Não é preciso ir, de acordo com o texto, muito longe: energia solar e eólica já são as mais baratas em todo o planeta, diversas empresas já produzem carne e outros alimentos sem gado, e movimentos com Black Lives Matter e Me Too já mostram como a informação é capaz de mover o mundo mesmo sem estar centralizada em um só ponto – e é aqui que os pesquisadores veem a humanidade em uma encruzilhada.

Manifestação do Black Lives Matter nos EUA

Para realmente otimizar todos esses processos e aproveitar o potencial de mudança que as novidades tecnológicas oferecem, é preciso que a sociedade como um todo queira mudar. “Nosso modelo pensamento, nossos sistemas de crença, nossos sistemas sociais e econômicos, são relíquias da era industrial, eles evoluíram com e são otimizados por indústrias do passado”, diz o texto. “Com a aceleração dessas transformações, as lideranças se mostram cada vez mais incapazes de compreender, dirigir e organizar nosso mundo. É por isso que estamos testemunhando injustiças sociais e revoltas, destruição ambiental e pandemia global destruindo a sociedade – e esse é o só o começo”.

Fazenda de energia solar na Europa

Para Seba e Arbir – autores do livro REthinking Humanity (Repensando a Humanidade, em tradução livre), é hora de investidores, políticos, grandes empresários e lideranças em geral abraçarem as mudanças e sua velocidade – a fim de enfrentarem os maiores problemas globais. Proteger as pessoas, manter a estabilidade social, investir em transmissão de informação, energias alternativas, transportes ecológicos e acessíveis, distribuição de alimentos, utilização de materiais orgânicos e não poluentes – com a visão de proteger as pessoas, e não as empresas. O artigo pouco fala sobre questões como racismo, desigualdade social, de gênero, e correções de injustiças histórias, mas sugere oferecer planos financeiros e de saúde como parte essencial do chamado – publico e privado – feito pelos autores. A ideia é olharmos o que já está acontecendo, e repensarmos a sociedade nos mais diversos sentidos, para que no futuro, ela aconteça em sua melhor, mais justa e mais igualitária potencia.

Fazenda de energia eólica na Escócia

O artigo na integra pode ser lido aqui.

Casa em Bombaim, na Índia

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