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O presidente Jair Bolsonaro, a Ministra da Agricultura Tereza Cristina e o Ministro de Meio Ambiente Ricardo Salles têm tentado imputador ao “boi-bombeiro” a responsabilidade pelos incêndios na região. O conceito de boi-bombeiro é a ideia de que os pastos no meio do Pantanal seriam responsáveis por evitar o espalhamento do fogo na região porque pastariam sobre a matéria orgânica que pegaria fogo e assim os incêndios seriam reduzidos. A ideia até tem sua base científica, mas o governo federal imputa que a redução da pecuária desse tipo foi causada pelos ambientalistas.
Segundo especialistas, pelo contrário: o boi-bombeiro é, na verdade, um resultado da ação da ditadura militar, que incentivou a pecuária predatória aos moldes da que acontece em São Paulo, por exemplo, na região do Pantanal. A criação de gado em pastos desmatados sem matéria orgânica adequada é diferente do boi-bombeiro que pastava nas planícies naturais do Pantanal. Com o desmatamento, na verdade, o boi-bombeiro foi ‘expulso’ da região.
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O governo, que tem laços mais íntimos com o agronegócio, não gosta da teoria que foi a pecuária predatória a responsável pelos incêndios terríveis que destruíram um dos principais biomas do nosso país. “Ouvimos de várias fontes diferentes sobre a necessidade de haver um reconhecimento do papel da criação de gado no Pantanal, uma vez que o gado também contribui para diminuir o que há de excesso de matéria orgânica. O capim, enfim, o pasto que ele ajuda a reduzir”, afirmou o Ministro Ricardo Salles em audiência pública do Senado sobre a questão dos incêndios no Pantanal.
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Diversas entidades e especialistas contrapõem a tese de que o boi-bombeiro existiu por conta da pecuária. Na verdade, eram os pantaneiros que mantinham o processo e foram expulsos pela grande pecuária. “Os pantaneiros abandonaram suas fazendas, tirando os bois que sempre se alimentavam da pastagem nativa, ajudavam a baixar a altura dos pastos, evitando o acúmulo de material orgânico. Isso favorece os incêndios”, explicou o Nilson de Barros, ex-chefe da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Corumbá (MS), ao UOL.
A inundação e desmatamento causada pela invasão dos pecuaristas também reduziu a capacidade de ação do boi-pantaneiro, que perdeu espaço para reduzir o material inflamável e passou a ir para pastos onde sua função de redutor é inexistente.
Dados dos anos recentes mostram que não há correlação entre o número de criação de bois – índice mais relacionado a atividade da grande pecuária do que ao pantaneiro – e os focos de calor na região. A tese do governo, que tenta imputar a culpa pelos incêndios desse ano nos ativistas da ecologia e reduzir a importância da exploração desregulada da região, não tem sustentação nos dados.
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“Qualquer explicação que tenta criar um culpado pelo fogo na região é simplista. O padrão de focos nos últimos 20 anos, que são os dados que temos disponíveis, não é tão trivial de explicar. Existe uma dinâmica sócio-ecológica-climática que é um quebra-cabeça. Aparentemente, o tempo de estiagem é o principal fator, depois disso a quantidade de biomassa do ano anterior que foi acumulada é importante, depois a distância de estradas pode ser um fator importante, conectando com o pulso de inundação, e também a quantidade de gado, que explica só uma parcela dessa variação. O gado tem um papel na redução de biomassa, mas a questão é saber qual é a quantidade de gado sustentável para manter essa dinâmica funcionando, sem perder biodiversidade, entre outros fatores”, explica Fábio Roque, pesquisador e professor do Instituto de Biociências da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ao portal ((o)) eco.
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