Debate

PM digital influencer morta por marido e influenciadora queimada por ex em live são vítimas do machismo

06 • 10 • 2020 às 11:27 Karol Gomes
Karol Gomes   Redatora Karol Gomes é jornalista e pós-graduada em Cinema e Linguagem Audiovisual. Há cinco anos, escreve sobre e para mulheres com um recorte racial, tendo passado por veículos como MdeMulher, Modefica, Finanças Femininas e Think Olga. Hoje, dirige o projeto jornalístico Entreviste um Negro e a agência Mandê, apoiando veículos de comunicação e empresas que querem se comunicar de maneira inclusiva.

A morte de uma influenciadora digital chinesa, na última quarta-feira (30), chocou o mundo. Conhecida no Tik Tok como Lamu, a vítima de 30 anos estava casa, na região de Aba, na província de Sichuan, fazendo uma transmissão ao vivo nas redes sociais quando o ex-marido ateou fogo nela, queimando 90% do seu corpo. 

De acordo com a polícia, o autor não teria aceitado o divórcio. Ele invadiu a residência da ex-mulher e a atacou com gasolina, incendiando-a em seguida. Os telespectadores relataram que a tela ficou preta de repente, seguido por sons de gritos.  Lamu foi socorrida a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos. 

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Infelizmente este tipo de caso é frequente em todo o mundo. O feminicídio – assassinato motivado pela condição da vítima em ser mulher – é uma epdemia motivada pelo machismo. A diferença é que Lamu tinha um perfil no TikTok com 782 mil seguidores e que somava 6,3 milhões de curtidas em suas publicações, tornando assim a sua morte pública. 

Como é o caso da policial militar Sylvia Rafaella Gonçalves Pereira, de 38 anos, assassinada pelo marido, que também era policial. O crime aconteceu na cidade de Ibotirama, oeste da Bahia. 

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Além de policial, Rafaella era influenciadora digital e dividia com os seguidores a rotina de uma policial feminina. Ela tinha mais de 67 mil seguidores no Instagram.

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A Polícia Militar não detalhou como ela foi morta, mas afirmou que, após o crime, o homem, identificado como Edson Salvador Ferreira de Carvalho, de 33 anos, cometeu suicídio. Ele era soldado da PM lotado na Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE), e a mulher pertencia à 28ª Companhia Independente de Polícia (CIPM/Ibotirama).

A polícia disse ainda que, em julho deste ano, Edson foi preso em flagrante por violência doméstica. Depois disso foi expedida medida protetiva em favor de Rafaella. No entanto, não há detalhes se a medida ainda estava em vigor.

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Os corpos de Rafaella e Edson foram encaminhados para perícia no Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Bom Jesus da Lapa, cidade a cerca de 150 km de Ibotirama. Ainda não há detalhes sobre o sepultamento das vítimas. A motivação é investigada pela polícia.

O casal tem duas filhas com idades entre 3 e 7 anos. Elas estavam no imóvel, localizado no bairro Morada Real, quando ocorreu o crime.

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