Quanto custa uma vida? Para a justiça americana, 1 milhão de dólares de fiança foi o suficiente para libertar Derek Chauvin, o principal acusado pelo assassinado de George Floyd, nos Estados Unidos, em maio deste ano.
Chauvin conseguiu liberdade condicional nesta quarta-feira (7) até ser julgado em março de 2021 junto com três de seus ex-colegas, acusados de cumplicidade.
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O gabinete do xerife do Condado de Hennepin publicou um aviso da libertação após o pagamento de fiança de Chauvin, que ficou mais de quatro meses preso, com a condição de que o ex-policial permaneça em Minneapolis até o julgamento.
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Os quatros foram filmados em Minneapolis durante uma abordagem policial violenta e racista contra Floyd. Chauvin ficou ajoelhado sobre o pescoço da vítima por quase nove minutos, até que ele parasse de respirar.

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As imagens provocaram um repúdio generalizado em todo o mundo, que desencadeou a maior mobilização antirracista nos Estados Unidos desde o movimento pelos direitos civis na década de 1960, liderada pelo movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam).
O advogado da família de Floyd, Ben Crump, criticou a decisão da justiça. “Derek Chauvin pagou uma fiança de 1 milhão de dólares hoje, comprando sua liberdade depois de roubar a vida de George Floyd por 20 dólares”, declarou no Twitter, em referência ao motivo que levou à prisão do cidadão negro, que supostamente tentou comprar um bilhete falso.