Quando tinha quase dois anos, a estudante de marketing Allana Krysna sofreu um acidente que mudou sua vida. Em uma fatalidade dentro de casa, ela teve 47% do corpo queimado e passou mais de três meses internada. De lá para cá, já fez 15 cirurgias na pele e estima que ainda deve passar por mais umas cinco. Já adulta, ela quer usar a própria trajetória para empoderar outras pessoas que tenham vivido histórias parecidas.
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“Estávamos eu e minha irmã, então com quatro anos, em casa com a babá. Minha mãe tinha saído pra trabalhar. Minha irmã conta que foi até a cozinha para pegar um doce na geladeira, bateu a porta e acabou derrubando um fósforo. Fui atrás dela, peguei o fósforo e, brincando, risquei na roupa. Eu estava de vestido e moletom, roupa de bebê 100% de algodão, muito inflamável”, conta em entrevista ao “Uol”. Com a ajuda dos vizinhos, o fogo foi controlado e a menina foi encaminhada ao hospital.
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Aos 20 anos, Allana, que vive em Brasília, conta que, durante a infância, era deixada de lado na escola por ser diferente e fora dos padrões de beleza impostos pela sociedade. Ao chegar em casa chorando, ela ouvia da mãe que ela era linda apesar de qualquer cicatriz. Com o tempo, a estudante decidiu se libertar de rótulos e das opiniões alheias para aceitar o seu corpo com todas as marcas de sua história.
Com quase dez mil seguidores em suas redes sociais, ela usa a própria vivência para inspirar outras pessoas que sofrem com históricos de queimaduras e conscientizar sobre o tema. Por conta das queimaduras, algumas partes da pele de Allana perderam a elasticidade, o que a impossibilita por exemplo de engravidar. Mas isso não a desanima. “É possível ser mãe de diversas formas”, diz. Em breve, ela deve lançar seu canal no YouTube.
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“A meta é ser uma blogueira de queimaduras dando dicas de prevenção e cuidados, e influenciando a aceitação e liberdade de expressão. A sociedade sempre vai olhar, vai julgar, vai falar. Então tentar não se importar e se libertar é uma forma de viver bem.”
