Debate

Amapá convive com falta de água e alimentos estragados em 4º dia de apagão

06 • 11 • 2020 às 11:23
Atualizada em 06 • 11 • 2020 às 17:08
Karol Gomes
Karol Gomes   Redatora Karol Gomes é jornalista e pós-graduada em Cinema e Linguagem Audiovisual. Há cinco anos, escreve sobre e para mulheres com um recorte racial, tendo passado por veículos como MdeMulher, Modefica, Finanças Femininas e Think Olga. Hoje, dirige o projeto jornalístico Entreviste um Negro e a agência Mandê, apoiando veículos de comunicação e empresas que querem se comunicar de maneira inclusiva.

A sexta-feira (6) marca o quarto dia de apagão em 13 dos 16 municípios do estado do Amapá. Quase 90% da população está há 60 horas sem energia elétrica por causa do incêndio que atingiu subestação na noite de terça-feira (3). Ainda não há previsão para o restabelecimento do serviço.

Desde as primeiras horas da manhã, os postos de combustíveis que usam geradores para obter energia estão com filas enormes. Na quinta-feira (5), eles foram autorizados a ficarem abertos por 24 horas. Até o momento, não há informações sobre desabastecimento. 

– Após pressão popular, Bolsonaro revoga decreto para privatização da atenção básica

A Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) informou que “um problema na linha de transmissão do Sistema Interligado Nacional causou a interrupção do fornecimento de energia no estado” e que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) investiga as causas do problema.

“As pessoas estão sem energia, água, telefonia ou internet. Houve uma grave omissão da Aneel. Caberia a eles fiscalizarem a empresa da subestação. Se tivessem feito, descobririam que não existia sistema de backup para emergência”, afirmou à Época o senador Randolfe Rodrigues, eleito pela Rede do Amapá.

– Brasil tem 20% de espécies e plantas ameaçadas de extinção. Números podem ser maiores

As filas também são registradas em supermercados e locais de revenda de água, principalmente na capital Macapá, que concentra 60% da população do estado. Na quinta-feira (5), a prefeitura decretou estado de calamidade pública em Macapá, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME), que criou um gabinete de crise para a situação e enviou uma comitiva ao Amapá para supervisionar as medidas adotadas para o restabelecimento de energia elétrica no estado. O ministro Bento Albuquerque está em Macapá.

Donos de padarias e supermercados já preveem o prejuízo com alimentos estragados devido a não refrigeração. Além disso, macapaenses vêm ocupando shoppings e aeroporto em busca de energia.

– Ibama interrompe combate a incêndios no Pantanal por falta de dinheiro; R$ 19 milhões estão atrasados

Em alguns bairros da capital – no Centro e Zona Sul – e no município de Santana, na Região Metropolitana, têm energia, devido a serem abastecimentos pelos mesmos circuitos que serviços essenciais como hospitais e o sistema de tratamento de água e esgoto. Mesmo assim, os locais encaram oscilação no serviço.

1.

2.

3.

Publicidade

Foto: Reprodução / Twitter @Diogotapuio


Canais Especiais Hypeness