Sustentabilidade

Arsenal faz história no futebol ao se unir ao programa de ações climáticas da ONU

27 • 11 • 2020 às 10:25
Atualizada em 01 • 12 • 2020 às 09:31
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Se as mudanças climáticas ameaçam de forma sem precedente a saúde e o futuro de todo o planeta, não é preciso muito para concluir que elas também ameaçam as coisas da vida que mais amamos – e que só acontecem aqui, na Terra. Como por exemplo o futebol – e aos poucos alguns clubes vão percebendo a necessidade de se comprometerem com o combate aos efeitos da ação humana sobre o meio-ambiente. Depois do Forest Green Rovers, time da quarta divisão do futebol inglês, ser reconhecido como o clube mais sustentável do mundo, agora é a vez do Arsenal, um dos gigantes da Premier League, a também entrar na luta ao assinar ao plano da ONU de Esportes pela Ação Climática.

O Estádio Emirates, do Arsenal, em Londres

Trata-se do primeiro grande clube da liga inglesa a assinar o plano contra as mudanças climáticas e também pelo incentivo a que outros clubes e instituições do esporte façam o mesmo. Com isso, o Arsenal se compromete com cinco pontos essenciais que formam a proposição das Nações Unidas para o esporte: realizar esforços sistemáticos para promover uma maior responsabilidade ambiental, reduzir o próprio impacto climático como um todo, promover a educação sobre o tema das ações climáticas, promover o consumo sustentável e responsável, e advogar por ações climáticas através de suas comunicações. Em 2019 o clube já havia se comprometido em uma iniciativa da BBC junto a ONU por um esporte mais sustentável.

Interior do Emirates Stadium

“Nós já implementamos diversas práticas ambientalmente corretas em nosso clube”, afirmou o diretor de operações do Arsenal, Hywel Sloman. Entre tais práticas estão a instalação de um sistema de baterias capaz de armazenar energia, a plantação de mais de 29 mil árvores no centro de treinamento do clube desde 1999 e até hoje, a instalação de um sistema de reaproveitamento de água no centro de treinamento que somente no ano passado economizou mais de 4,5 milhões de litros, e mais. O Arsenal é o primeiro clube da Premier League a utilizar 100% de energia verde, além de economizar cerca de 20 mil copos de plástico descartáveis por partida através de um sistema de reutilização de copos em seu estádio, reutilizar mais de 150 mil garrafas por ano através de controle de reciclagem em seu estádio, que reduziu o consumo de energia utilizando somente luzes de LED automatizadas no local.

As baterias de armazenamento, capazes de alimentar um jogo para até 60 mil pessoas

“Iremos continuar a utilizar o poder e o alcance do Arsenal para inspirar a comunidade global e incentivar outros na direção de um futuro mais sustentável”, complementou Sloman. A adesão de um clube da importância do Arsenal à causa foi comemorada como uma grande vitória, visto que a questão ambiental nos esportes não é um detalhe: estima-se que a pegada de carbono derivada das competições esportivas no mundo é equivalente à emissão de gases poluentes de um país como a Espanha ou a Bolívia. “O futebol inspira tantos por todo mundo e há um potencial incrível do jogo se tornar mais verde, mais resiliente ambientalmente, e a liderar o exemplo a seus milhões de fãs no mundo”, afirmou Lindita Xhaferi-Salihu, líder do projeto Esportes pelas Ações Climáticas na ONU.

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