Tecnologia

Chocolates e pudins: impressão de alimentos em 3D está mais perto da realidade

13 • 11 • 2020 às 18:21 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

A tecnologia de impressão 3D de alimentos caminha em passos largos – e um desses passos está sendo dado a partir de Piracicaba, no interior de São Paulo, onde pesquisadores vêm trabalhando com sucesso a impressão utilizando novos ingredientes, como chocolate, pudim e macarrão.

Realizada em parceria com grupos da Oniris (Ecole Nationale Vétérinaire Agroalimentaire et de l’Alimentation Nantes Atlantique) e Inrae (Institut National de Recherche pour l’agriculture, l’alimentation et l’environnement), na França, no Brasil a pesquisa é realizada pelo Grupo de Estudos em Engenharia de Processos (Ge²P), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), de Piracicaba.

© Arquivo pessoal

Se a impressão de alimentos mais complexos, como frutas e carnes, por exemplo, ainda está, segundo especialistas, a algumas décadas de distância, o projeto da Ge²P já é capaz de imprimir os alimentos supracitados: pudins, massas e chocolates são impressos em questão de minutos.

“Através dessa tecnologia é possível obter alimentos com características específicas, como formatos, sabores, cores e composições, que podem ser tanto interessantes e divertidos, como úteis em situações como para alimentação de crianças, idosos ou enfermos, considerando características nutricionais e de textura específicos para cada necessidade”, explica Pedro Esteves Duarte Augusto, professor e coordenador do Ge²P.

© Arquivo pessoal

Para ele, a impressão 3D irá criar o ‘alimento do futuro‘, e poderá ser uma arma transformadora no combate à fome em todo o planeta. O projeto nasceu com os pesquisadores franceses Alain Le-Bail da Oniris e Patricia Le Bail, do Inrae, que procuraram o Ge²P para uma parceria.

Os cientistas da USP já possuíam experiência com o desenvolvimento de ingredientes à base de amido, por exemplo, em forma de gel. “Juntando a experiência de todos os envolvidos, conseguimos obter géis com melhor qualidade de impressão, resultando em alimentos com melhor forma, definição e textura, todos parâmetros essenciais para a aceitabilidade do produto”, afirma uma das pesquisadoras.

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), de Piracicaba © Wikimedia Commons

Apesar de ainda ser uma tecnologia em desenvolvimento, especialista acreditam que em poucos anos a impressão 3D de alimentos está disponível em alguma forma no mercado.

Impressora 3D imprimindo chocolates numa feira na Alemanha © Getty Images

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