Sustentabilidade

Espécie de camaleão ‘desaparecida’ há mais de 100 anos é redescoberta na natureza

13 • 11 • 2020 às 18:46
Atualizada em 16 • 11 • 2020 às 19:21
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Corria o ano de 1913 quando o camaleão da espécie Furcifer voeltzkowi, conhecido também simplesmente como Voeltzkowi, havia sido registrado em seu habitat natural pela última vez.

Não por acaso, o camaleão fazia parte da lista desenvolvida em 2017 pela Global WildLife Conservation, reunindo justamente animais “desaparecidos”, que não eram vistos nas últimas décadas e poderiam estar em extinção. Pois passados mais de 100 anos, no entanto, um artigo recente confirmou que cientistas “redescobriram” o animal na natureza, em florestas tropicais de Madagascar, ilha situada ao largo da costa sudeste do continente africano e país insular onde o animal é encontrado.

© Pixabay

A expedição que encontrou o Voeltzkowi foi realizada por cientistas da Alemanha e de Madagascar, e resultou em artigo publicado na revista científica Salamandra – German Journal of Herpetology. A descoberta permitiu aos pesquisadores levantar diversas novas informações sobre a espécie, assim como seu estado de conservação.

© Salamandra – German Journal of Herpetology

Por viver uma vida de curta duração – estima-se que esse réptil viva somente poucos meses – e pela redução galopante das florestas tropicais de Madagascar, o encontro não significa que o risco de extinção da espécie esteja reduzido – por se tratar de uma população distribuída de forma fragmentada pela natureza local, assim como pelo tamanho reduzido do animal, que não passa de 15 a 17 centímetros.

© Salamandra – German Journal of Herpetology

Estima-se que a espécie de lagarto viva somente durante o período das chuvas, vivendo pouco mais do que o tempo necessário para se reproduzirem. O macho tem coloração verde, enquanto as fêmeas variam de cor, também por efeitos externos – o artigo registra dados sobre o período de acasalamento, a gravidez e o efeito de estresse sobre a coloração da fêmea.

“Redescobertas de espécies ‘perdidas’ são muito importantes pois elas fornecem dados cruciais para medidas de conservação e também trazem esperança no meio da crise da biodiversidade”, diz o artigo, que pode ser lido aqui.

© Salamandra – German Journal of Herpetology

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