Ciência

Pesquisa descobre que o ornitorrinco brilha florescente quando exposto à luz UV

19 • 11 • 2020 às 15:15
Atualizada em 23 • 11 • 2020 às 21:39
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Espécie de Frankestein dentre os animais, o ornitorrinco coleciona motivos para intrigar os cientistas há séculos, feito fosse um ser formado a partir de partes diversas de outros bichos. Trata-se, afinal, de um mamífero mas que bota ovos, cujo a fêmea não possui mamas mas o leite é sorvido diretamente dos poros da pele e dos sulcos abdominais, que possui bico de pato, dentes de ave na juventude – os adultos perdem os dentes – e uma calda parecida com a de um castor, com hábitos noturnos, membranas entre os dedos para melhor nadar, e ainda uma espécie de esporão venenoso nas patas dos machos. Pois uma nova descoberta oferece novas luzes e cores para as características desse louco animal: aparentemente o ornitorrinco brilha florescente quando exposto à luz ultravioleta.

© Wikimedia Commons

A descoberta é parte de um estudo recente, publicado na revista científica Mammalia, se deu quando o pesquisador Jonathan Martin iluminou com luz UV um esquilo-voador em seu jardim, e percebeu que o animal emitia uma coloração cor-de-rosa. Martin então repetiu a experiência no museu Chicago Fields com os ornitorrincos do acervo, para descobrir que a penugem marrom do animal é florescente nas mais incríveis tonalidades de verde, roxo e laranja quando exposto aos raios ultravioletas.

Outro estudo confirma que o animal possui uma substância florescente em seus folículos capilares, mas ainda não se sabe o motivo.

Diante da pesquisa, biólogos lembraram que nem sempre elementos florescentes possuem propósitos ou sentidos especiais – e que tartarugas marinhas e corais, por exemplo, também apresentam tais cores radiantes. Seja qual for o motivo, o fato é que essa é mais uma das tantas inacreditáveis e díspares características que “formam” esse curioso animal: não é por acaso que quando o primeiro exemplar empalhado do ornitorrinco foi levado da Austrália para a Inglaterra, a comunidade científica pensou se tratar de um embuste – uma mentira, um truque, um golpe para enganar desavisados.

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