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O Dia da Consciência Negra é comemorado nesta terça-feira (20) com várias manifestações políticas e culturais espalhadas pelo Brasil. A data remete à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares — localizado onde atualmente fica o estado de Alagoas —, que lutou até o fim de sua vida pela libertação de seu povo. Portanto, é um momento de reflexão sobre nosso infeliz passado escravocrata com consequências diretas até hoje (em pleno 2018 e ainda precisamos falar sobre racismo, esquecimento e genocídio dos negros).
– Artista pinta mulheres negras com cabelo de verdade e forma quadros super criativos
Também é um período para dar ainda mais voz à resistência e ao orgulho negro, afinal, muito da cultura brasileira se deve à afro influência — na música, por exemplo, eles nos deram o samba, o funk, entre outros gêneros únicos criados nesta terra, chamada de “Novo Mundo”. Abaixo, uma seleção de 15 canções que narram e referenciam o que é ser negro no Brasil:
Do disco “Do Cóccix Até O Pescoço”, de 2002, “A Carne” é uma das tantas músicas de Elza que denunciam o racismo. A faixa foi escolhida, talvez, por ser a mais emblemática — quem nunca ouviu o trecho “a carne mais barata do mercado é a carne negra” ao menos uma vez na vida? Também vale citar as faixas “Mulher do Fim do Mundo”, “Exu nas Escolas” e “Deus é Mulher”.
Na voz da Pérola Negra do Estácio, a cover de Getúlio Côrtes para o mambo dos Coasters ganhou outro significado, refletindo a experiência afro no Brasil. Os felinos, aliás, são referência ao povo negro, como podemos observar nas comparações feitas com a Pantera. Exemplos: o partido americano Panteras Negras e o herói da Marvel, incorporado pelo rei de Wakanda, T’challa.
Emicida reuniu os rappers Drik Barbosa, Coruja BC1, Amiri, Rico Dalasam, Muzzike, Raphão Alaafin e Rashid para falar sobre resistência preta. O resultado é “Mandume”, nome do último rei da Angola a lutar contra a invasão dos povos europeus às suas terras, que englobam o que hoje conhecemos como o Sul da Angola e o Norte da Namíbia.
A cantora natural de Curitiba homenageou o lendário rapper paulista Sabotage com uma nova versão de “Cabeça de Nego”, faixa lançada originalmente em 2002, pouco tempo antes da morte do Maestro do Canão.
Impossível falar sobre música negra brasileira e não citar Racionais. A escolhida para esta lista foi “Negro Drama”, mas também vale dar play em “Vida Loka (parte 1 e 2)”, “Racistas Otários”, “Diário de um Detento” e “Capítulo 4, Versículo 3”.
O rapper paulista lançou o clipe de “A Coisa Tá Preta” em 13 de maio de 2016, data do Dia da Abolição da Escravatura no Brasil. A faixa faz parte de seu disco de estreia, “Galanga Livre”. O título do álbum foi inspirado na lenda de Chico-Rei, cujo verdadeiro nome era Galanga. Segundo a História, ele era o rei do Congo que veio para o Brasil como escravo.
Uma das vocalistas da banda Aláfia, Xênia se lançou em carreira solo com o single “Breu”. A música de Lucas Cirillo, gaitista da sua ex-banda, é uma homenagem à Cláudia Silva, mulher negra assassinada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro em 2014.
O coletivo Rimas e Melodias é formado por mulheres do hip-hop que andam fazendo barulho na cena. Na faixa “Elza”, Alt Niss, Drik Barbosa, Karol de Souza, Mayra Maldjian, Stefanie Roberta, Tássia Reis e Tatiana Bispo prestam homenagem à cantora do milênio, segundo a BBC, Elza Soares.
Um dos expoentes do rap nacional, Baco, ou apenas Diogo Moncorvo, se inspira na religião para contar sua história preta. Baiano de 22 anos, ele traduz muito bem a influência do candomblé e das religiões afro-brasileiras na sua obra no disco “Esú”, de 2017.
O menino que queria ser Deus é o rapper mineiro Djonga. Ávido em suas críticas sociais sobre o racismo no Brasil, ele lançou neste ano “A Música da Mãe”, cujo clipe é repleto de referências ao racismo.
O novo disco do carioca BK saiu neste ano e traz “Exóticos”, uma porrada sobre estereótipos e sexualização do povo negro. Aliás, ouça “Gigantes”, álbum com identidade visual criada pelo artista Maxwell Alexandre.
Quer saber mais sobre o lugar de fala da mulher negra? É aconselhável escutar a faixa “Um Corpo no Mundo”, da baiana Luedji Luna. Aliás, escute logo o disco inteiro, que leva o mesmo nome da canção. É uma obra completa sobre questões de identidade nas metrópoles brasileiras — no caso de Luedji, é São Paulo.
“Negro é Lindo” faz parte do disco de mesmo título, lançado em 1971 por Ben Jor. A canção emociona pela exaltação da negritude: “Negro é lindo/Negro é amor/Negro é amigo/Negro também é filho de Deus”.
A rainha do samba foi a primeira mulher a compor um samba-enredo cantado na avenida do carnaval carioca — foi “Os Cinco Bailes da História do Rio”, de 1965, criado em parceria com Silas de Oliveira e Bacalhau, da escola Império Serrano, que ela inclusive ajudou a fundar nos anos 1940.
Sandrá de Sá remete à soul music no Brasil, capitaneada por ela, Tim Maia, Cassiano, Hyldon e Lady Zu. Na sua voz, a canção “Olhos Coloridos”, de Macau, encontrou o porto seguro. Afinal, poucas cantoras conseguiriam interpretar tão bem a letra-manifesto do orgulho negro.
Faixas Bônus (porque foi difícil fazer uma lista de apenas 15 músicas!)
*Texto originalmente escrito pela jornalista Milena Coppi, para o site Reverb.
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