Diversidade

Atriz critica infantilização de pessoas com nanismo na moda: ‘A gente usa sutiã’

16 • 12 • 2020 às 10:32
Atualizada em 05 • 03 • 2021 às 11:42
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

A pandemia interrompeu os projetos da atriz Juliana Caldas para 2020, quando estrearia uma peça de teatro. Lançada na TV na novela ‘O Outro Lado do Paraíso”, Juliana decidiu aproveitar a mudança forçada de planos para transformar em algo bom tal interrupção, e começar seu trabalho como palestrante. Conforme revelou à coluna Patrícia Kogut, no jornal O Globo, a atriz, que é portadora de nanismo, parte dos desafios de sua vida para conscientizar as pessoas sobre tal condição, e empoderar, segundo ela, não só os deficientes mas a todos que se sentirem desencorajados.

Um dos temas tratados por Juliana em palestra recente foi a infantilização de pessoas com nanismo nas mais variadas frentes, como em roupas e mesmo em lingeries. “Nunca houve uma propaganda de uma mulher com nanismo usando uma lingerie. A gente usa sutiã, sutiã com bojo, fio dental, tudo. Temos corpos de mulheres: peito, bunda e muita bunda (risos). Se nós mesmas não nos incentivamos, o mundo não vai fazer isso”, disse a atriz, para a coluna, lembrando como é difícil para ela encontrar peças de roupa que se adequem às tendências e também ao seu corpo.

Por conta da pandemia, Juliana ainda não pôde realizar nenhuma palestra presencial, mas recentemente participou do congresso virtual “Genética não é destino”, que reuniu remotamente médicos, especialistas e educadores. A carreira de palestrante, portanto, busca não só ampliar seu trabalho mas também ajudar a quem mais precisa, promovendo a inclusão.

“Em relação a corpos fora do padrão, a nossa sociedade evoluiu, mas meu padrão de beleza sou eu. Quando estou leve e bem-resolvida, é prazeroso viver. Entendi que a cobrança que o mundo faz eu não vou pegar para mim”, afirmou. A coluna pode ser lida na íntegra aqui.

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