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Babu Santana não levou o prêmio máximo do “BBB 20“, mas conquistou ainda mais fãs e admiradores por todo o país. O ator e cantor de 40 anos foi o décimo sétimo eliminado do reality show que teve a médica Thelma Assis, 35, como campeã da grande final, transmitida na última segunda-feira, 27, pela Rede Globo. Durante a estadia na casa do Big Brother Brasil, Alexandre (nome de batismo de Babu) demonstrou com diversas atitudes a importância, necessidade e urgência de valorizar a história, a cultura, a beleza e a arte de pessoas pretas. Intérprete de Tim Maia no cinema (em filme de 2014), Babu escolheu também a música como meio de comunicar mensagens poderosas ao público do “BBB”.
Criado no Vidigal, no Rio de Janeiro, Babu começou a carreira artística no grupo de teatro Nós do Morro, em 1997, e estreou nos cinemas como ator do longa “Cidade de Deus“, em 2002. Cheio de referências e com uma bagagem de vida pouco comum dentro da casa do Big Brother, Babu, a vencedora Thelma e Flayslane, 26 (autodeclarada), foram os únicos negros, entre 20 vinte participantes, a integrar a vigésima edição do programa.
Muitas vezes fonte de informação sociocultural e política para outros colegas de convivência, Babu chamou atenção para trabalhos de artistas que simbolizam ou também levantam importantes bandeiras do movimento negro. Veja:
De todo o repertório de Tim Maia (1942 – 1998), “Azul Da Cor Do Mar” foi o hit do “gordinho mais simpático da Tijuca” que mais embalou o “BBB 20” para Babu. Para além da letra melancólica e introspectiva da faixa de 1970, a composição traz o peso do maior músico de funk e soul da história do Brasil para dentro de um programa capaz de movimentar mais de um bilhão de votos em um único paredão. Tim é referência musical para Babu, Mano Brown e muitos outros artistas que se veem representados na figura dele. Apesar das incontáveis polêmicas, o cantor carioca foi um grande símbolo da música negra, adorava tocar em bailes de subúrbio, se recusava categoricamente a abaixar a cabeça e mantinha uma inabalável fé no próprio talento.
Com sample de “Ela Partiu“, também de Tim Maia, “Homem Na Estrada” foi um pedido de Babu para a produção do “BBB 20” durante a última festa da edição, realizada na sexta-feira (25/04). O rap dos Racionais MC’s aborda o contexto social por trás da história de um homem negro que foi preso, cumpriu pena, deixou a prisão, mas seguiu vítima de preconceito e morreu em um acerto de contas por um crime que não cometeu. Na voz do rapper paulista Mano Brown, 50, a música denuncia a discriminação racial, a violência policial, o baixo valor dado à vida de pessoas negras que moram em favelas e a falta de uma política de ressocialização de ex-detentos. “Aí, periferia!”, gritou Babu na festa, animado.
mundinho babu ouvindo racionais br pic.twitter.com/nxLp8V0aia
— bearby (@WEEKNDLIPS) April 26, 2020
“Esse cara é uma faca”, disse Babu sobre o rapper mineiro Djonga, 25 anos. Antes da ocasião, o ator citou o gosto pelos trabalhos de Emicida, 34, de Rincon Sapiência, 34, e do compositor das faixas “Junho de 94” e “Ladrão” na cozinha do “BBB”. Provavelmente não à toa, a produção do reality tocou pelo menos duas músicas de Djonga ainda na última festa. Conhecido pelos versos cortantes, pelo compromisso com a região onde nasceu e cresceu, pela habilidade de contar histórias de amor e de emoção sobre família e amigos e pelo senso de responsabilidade em recuperar para os seus o que foi tirado e negado durante séculos, Gustavo (nome de batismo de Djonga) teve a admiração de Babu apresentada em rede nacional.
Produção tocando Djonga #BBB20 #festabbb pic.twitter.com/jW194PCFKt
— BBB Comments (@alleatories) April 25, 2020
As letras de Gustavo Black Alien apareceram no “BBB 20” em dois pequenos trechos cantados por Babu. Enquanto descansava na área externa da casa, o “paizão” (como o ator ficou conhecido dentro e fora do Big Brother) cantarolou versos de “Mister Niterói” e de “Caminhos Do Destino“, dois sucessos do rapper fluminense de 47 anos. Recuperado da dependência química, Black Alien lançou o aclamado álbum “Abaixo De Zero: Hello Hell”, em 2019, mas já é referência com seu flow único e inspirações no funk, jazz, reggae, rock, punk e hip-hop há bastante tempo. Sinônimo de tradição no rap nacional e em constante batalha para ser uma pessoa melhor para si mesmo e para o mundo, Gustavo comunica positivamente para jovens e adultos. “1993 primeiro rapper da cidade/ 2019 poucos rappers dessa idade”, canta o artista, em “Take Ten“.
bom dia pra todos babu cantando black alien
eu juro por tudo q é mais sagrado q eu vou pessoalmente matar toda e qualquer pessoa q votar nesse homem pic.twitter.com/7eqeTHK2bZ
— plabo (@pabl____) April 2, 2020
Um ótimo resumo do que Babu explicou durante todo o “BBB 20” aos companheiros de confinamento, a faixa “Cota Não É Esmola“, da cantora mineira Bia Ferreira, 27, tocou também durante a última festa da temporada. Pela segunda vez na história da trilha do reality, a canção teve primeira aparição no “BBB 19” e emocionou a ex-participante Gabriela Hebling, 32, conhecida por defender pautas relacionadas ao feminismo negro. Ao narrar a trajetória de uma menina preta que, mesmo se esforçando, enfrenta dificuldades estruturais de uma sociedade racista, Bia retrata a realidade de milhares de pessoas no Brasil e no mundo. A composição levou Babu às lágrimas e chamou a atenção do público, que ouviu e cumpriu o pedido para “prestar atenção no que essa mulher está falando”, feito pelo “paizão” na pista de dança.
Tocou COTA NÃO É ESMOLA da Bia Ferreira e o Babu está emocionadissimo!!!
Eu tô apaixonado por esse vídeo num tanto, que olha 🥰pic.twitter.com/dFzUhPaB95
— Leví Kaique Ferreira (@LeviKaique) April 25, 2020
REPRESENTATIVIDADE IMPORTA! pic.twitter.com/F1DPOEX3fa
— Gabriela Hebling 🏳🌈 (@gabhebling) March 10, 2019
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