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Corria o ano de 1895 quando dois irmãos franceses levaram à público sua mais nova invenção, exibindo nos fundos de um café de Paris imagens em movimento registradas pela primeira vez. Assim, com a primeira exibição oficial de um filme em todos os tempos, pelas mãos dos irmãos Lumière nascia o cinema, há 125 anos e, com ele, uma nova forma de arte, de ver e viver a vida: na tela, pela tela, para tela, como uma das mais revolucionárias invenções da história. Em pouco tempo o cinema se tornaria sucesso em todo o mundo, e com isso nascia também uma indústria, e um suporte tecnológico para a criação e a expressão artística como nenhum outro até então havia sido: o século XX seria marcado pelo cinema.
Os irmãos Lumière © Wikimedia commons
E se toda arte é um pouco um espelho da realidade, com essa assim também se deu, e rapidamente o cinema se tornou forma de registro, denuncia, debate e mudança – tanto das artes quanto da vida real que ele, direta ou indiretamente, retratava. Na emblemática década de 1960 desse tal século passado, a revolução pelos direitos civis e afirmação negra nos EUA tomou conta não só do cenário político, como também da arte e da cultura do país – e, em seguida, nascia o primeiro grande movimento cinematográfico a colocar o artista negro como centro de uma obra, tanto à frente quanto atrás das câmeras.
Cena de La Sortie de l’Usine Lumière à Lyon, ou “Trabalhadores deixando fábrica em Lyon”, primeiro filme exibido da história do cinema © Wikimedia Commons
No Blaxploitation, os diretores, os atores e os temas eram negros e negras, e da mesma forma era o contexto no qual os filmes eram passados: violência, racismo, sexo e pobreza eram temas fundamentais para o gênero – que viria a alcançar grande sucesso. E também forte crítica: para muitos, os filmes do gênero reforçavam estereótipos preconceituosos.
Cena de “Shaft”
Outro elemento determinante eram as trilhas sonoras espetaculares, colocando pela primeira vez o funk e soul como partes fundamentais de um filme – vide o clássico Shaft, considerando uma das obras fundadoras do Blaxploitation, que traz o grande Issac Hayes na trilha-sonora, ou Super Fly, filme de 18972 cuja trilha é uma verdadeira obra prima de Curtis Mayfield.
Capa do disco “Super Fly”, de Curtis Mayfield
O fato é que o cinema Blaxploitation seria determinante como influência e mesmo como afirmação identitária e de possibilidade para o surgimento de um dos maiores nomes da história do cinema, mais de uma década depois: Spike Lee se inspiraria em suas vivências no Brooklyn para, no final dos anos 1980, despontar como um cineasta tão singular quanto brilhante – e renovar a linguagem cinematográfica, levando a rua e a cultura dos anos 1980 para as telas como uma das grandes afirmações da cultura negra na arte.
Spike Lee em cena de “Faça a Coisa Certa”, dirigido por ele em 1989
Assim, para celebrar essa importante data fundadora da cinema, o Telecine preparou um imenso festival, selecionando grandes clássicos de cinema em diversas mostras especiais exibidas em streaming. E para hastear ao mastro mais alto sua bandeira antirracista, uma das mostras irá celebrar justamente o cinema Blaxploitation e a obra de Spike Lee.
Cena de “Foxy Brown”
A seleção reúne obras-primas de Lee, como Faça a Coisa Certa, de 1989, e Mais e Melhores Blues, de 1986, com clássicos do cinema negro da década de 1970, como Blácula, O Vampiro Negro, de 1972 e dirigido por William Crain, A Máfia Nunca Perdoa, do mesmo ano e dirigido por Barry Shear, O Chefão de Nova York, lançado em 1973 com direção de Larry Cohen, além do inesquecível filme Foxy Brown, de 1974, dirigido por Jack Hill.
Cena de “Blácula, o Vampiro Negro”
Todas as mostras estão dentro da cinelist Festival 125 Anos de Cinema no streaming do Telecine que, com mais de 2 mil títulos no catálogo, é o hub de cinema mais completo do país – lembrando que os primeiros 30 dias de acesso ao aplicativo de filme são gratuitos para novos usuários.
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