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Quando se fala do movimento Surrealista, os primeiros nomes que vêm à cabeça dificilmente são de mulheres. Magritte e Dalí nas Artes, Buñuel no cinema e André Breton na escrita. A lógica machista afasta dos anais históricos nomes como o de Ithell Colquhoun (1906-1988), nascida em Assam, na Índia britânica, que se mudou para o Reino Unido quando ainda era um bebê e cresceu em Londres e na Cornualha.
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Ithell Colquhoun deixou o grupo surrealista britânico após ser impedida de estudar o ocultismo.
Ithell era uma artista que buscava no seu inconsciente o fomento da arte. Era adepta do método conhecido como automatismo surrealista, que deixa a mente mergulhar em seu próprio subconsciente para refletir na tela as inspirações ocultas. Foi assim que criou “Scylla” (1938), em referência ao monstro feminino da mitologia grega que, segundo descrito por Homero em “Odisseia”, se alimentava dos marinheiros que navegavam pelo oceano.
Segundo a própria artista, a imagem poderia ser interpretada como um registro do monstro, mas também como seu próprio corpo. “Foi inspirado pelo que vi de mim mesma em um banho. É, portanto, um trocadilho pictórico”, disse. A image retratada por Ithel também pode ser observada como seus joelhos saindo das águas e as algas submersas seriam os pelos saindo de seu sexo. Sua técnica era tamanha que até o próprio André Breton, um misógino, foi vocal ao elogiar as técnicas de Ithel.
“Scylla”, pintura feita por Ithell Colquhoun.
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Apesar da bajulação, Ithel deixou o movimento surrealista britânico expulsa por Breton em 1940, apenas um ano após tê-lo integrado. A saída se deveu à recusa dela em deixar outros coletivos. Estudiosa do ocultismo, ela entendeu que a proibição a afastaria de suas crenças, mas continuou a criar obras de acordo com o pensamento e a estética surrealista.
Entre as décadas de 1960 e 1970, a virada cultural a inspirou. Entre seus trabalhos artísticos também estão obras literárias como “The Goose of Hermogenes” (1961) e “Grimoire of the Entangled Thicket” (1973).
Ithell Colquhoun é o retrato de quem não permitiu que sua arte fosse limitada a um espectro só. O especialista Adrian Glew, do Tate, museu de arte moderna britânico que tem mais de cinco mil obras do acervo da artista, ressalta que o trabalho da artista deveria ser mais conhecido pelo mundo. “Ela teve muito poucas exposições individuais”, disse, ao “Guardian”, em 2019.
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Ithell Colquhoun em foto tirada em 1949.
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