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Phil Collins: por que, mesmo com sérios problemas de saúde, o cantor vai encarar a turnê de despedida do Genesis

21 • 12 • 2020 às 14:51
Atualizada em 04 • 01 • 2021 às 17:40
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Em 2011, Phil Collins anunciou que iria se aposentar dos palcos. A retirada não durou muito, pois em 2016 voltou aos palcos. Em fevereiro de 2018, sentado o tempo todo, animou 40 mil fãs no Maracanã, no Rio de Janeiro, em passagem pelo Brasil. Ano passado, percorreu a Europa e Estados Unidos com sua turnê “Still Not Dead Yet”. A última novidade é o retorno do Genesis, que se separou em 1996, teve um breve retorno em 2017 e agora acaba de anunciar a turnê “The Last Domino?”. Mas de onde Phil, visivelmente fragilizado fisicamente e há anos sem condições de tocar a bateria, vai tirar energia para sustentar mais um período na estrada? O amor à música e ao palco explicam parte disso, claro. Mas não são a história toda.

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Aos 69 anos, Phil tem diabetes e está surdo do ouvido esquerdo, resultado de décadas se apresentando ao lado de alto-falantes de megadecibéis. Lesionou uma vértebra do pescoço durante a turnê do Genesis de 2007 e, depois de uma cirurgia malsucedida, tem grande dificuldade para andar e perdeu parte da sensibilidade das mãos. Não toca mais piano, não pode ficar muito tempo em pé e precisa se locomover com o auxílio de uma bengala. Diante dessa saúde frágil, muitos andam se perguntando qual seria a motivação do artista em enfrentar, mais uma vez, o pesado ritmo de uma turnê.

Tony Banks, Phil Collins e Mike Rutherford: juntos novamente / Foto: reprodução Instagram

O reencontro com os velhos companheiros Tony Banks Mike Rutherford — com a participação do filho Nicholas, de 18 anos, tocando bateria — é um entre os bons motivos. “Todos sentimos: ‘Por que não?’ Parece um pouco uma razão esfarrapada — mas gostamos da companhia um do outro, gostamos de tocar juntos”, disse Phil à “BBC News” na quarta-feira (4/3), quando anunciaram a turnê que começa por Dublin, na Irlanda, no dia 16 de novembro. “Phil está em turnê há dois anos e meio e parecia o momento natural de ter uma conversa sobre isso”, disse Tony. A última vez que tocaram juntos foi em 2007, num show comemorativo dos 40 anos do Genesis.

O repórter David Jones, do “Daily Mail”, foi um dos que achou a justificativa do cantor e baterista pouco elucidativa e ouviu pessoas próximas dele para saber que outros motivos estariam por trás dessa nova reunião.

Há três anos, David escreveu uma série de reportagens sobre a vida pessoal tumultuada do artista e apurou que sua condição física não melhorou desde então, mesmo com vários tratamentos rigorosos. Com isso, era de esperar a surpresa quando Phil anunciou a intenção de fazer uma turnê novamente com o Genesis, a banda de rock que o levou à fama nos anos 1970 e 1980. Foram 15 álbuns de estúdio e seis ao vivo — somando um total de 150 milhões de cópias vendidas.

Embora a turnê deva gerar milhões — foram abertas mais seis datas desde o anúncio —, pode-se dizer que ele não está fazendo isso pelo dinheiro. Há quatro anos, sua fortuna foi estimada em US$ 110 milhões e relatórios mais recentes sugerem que pode chegar ao dobro à medida que seus registros continuam a acumular royalties.

Por um lado, na avaliação de David Jones, Phil, apesar de seu talento indiscutível, sempre foi inseguro. A crítica musical foi severa com ele por muito tempo; muitos colegas de profissão o menosprezavam. Portanto, uma das teorias seria a de que estaria reunindo o Genesis em uma tentativa final de ganhar a aclamação da crítica proporcional ao seu sucesso comercial.

Uma das fontes dá um outro caminho ao ter afirmado que ele sempre usou o trabalho como refúgio de suas dificuldades pessoais e que pode estar recorrendo novamente à música por questões que continuam a atormentá-lo após três casamentos complicados. Ele permanece em desacordo com sua primeira mulher, Andrea Bertorelli, que ameaçou processá-lo por fatos narrados em sua autobiografia de 2016, “Not Dead Yet”.

Andrea, Phil e a filha Joely em 1976 / Foto: Getty Images

Phil e Andrea se casaram em 1975 e, com o sucesso do Genesis, ele vivia em turnê enquanto Andrea ficava em casa para cuidar dos dois filhos pequenos, Simon e Joely. Solitária, ela teve dois casos, infidelidade que inspirou o primeiro LP solo de Phil, “Face Value”, conhecido como ‘o álbum do divórcio’. Mas ela o acusou de adultério também.

Aparentemente, ele tem uma melhor relação com a segunda mulher, Jill Tavelman, com quem ficou casado de 1984 a 1996 — apesar de ter terminado com ela por fax. O problema aqui é a filha Lily Collins, que o acusou de ser o culpado pela anorexia nervosa que desenvolveu durante o divórcio dele com a terceira mulher, Orianne, em 2008.

Orianne, por sua vez, é uma montanha russa na vida de Phil, uma história digna de Hollywood. Ele tinha 46 anos quando se apaixonou por ela, 24 anos mais nova, depois que ela foi sua intérprete num show na Suíça. Eles se casaram em 1999 e tiveram Nicholas e Matthew. Só que as desavenças começaram quando ele queria ficar em casa com os filhos, enquanto ela queria badalar. A separação veio em 2006. Dois anos depois, ela já estava casada novamente enquanto Phil se entregava à bebida.

Quando se recuperou, ele voltou a a visitar regularmente seus filhos e Orianne, que teve um filho com o novo marido. O amor reacendeu e ela foi morar novamente com Phil numa mansão que foi de Jennifer Lopez em Miami, onde residem atualmente com Nicholas, Matthew e Andrea, filho de Orianne. Mas com ela se mudaram vários problemas, como a batalha pela custódia do filho e uma disputa pela luxuosa casa de US$ 8,5 milhões que comprou com o ex-marido em 2012.

Matthew, Orianne, Phil Collins e Nicholas em 2018 / Foto: Getty Images

No entanto, segundo a reportagem, as diferenças de estilo de vida permanecem. Ela é socialite na Flórida, participando da arrecadação de fundos para a Little Dreams Foundation — uma instituição de caridade que ajuda jovens carentes — e administra uma joalheria de luxo; o recluso Phil raramente é visto. “Phil é um cara adorável, e ele tira o melhor de sua saúde, mas acho que ele está entediado e sozinho. Seus dias mais emocionantes foram gastos tocando música na estrada e recebendo elogios, então acho que ele quer uma última dose de adrenalina”, disse uma fonte.

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Fotos: Créditos nas imagens


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