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‘Pipoqueiro do pop’ alegra ruas da Tijuca com performances musicais

21 • 12 • 2020 às 23:42
Atualizada em 04 • 01 • 2021 às 17:53
Veronica Raner
Veronica Raner Jornalista em formação desde os sete anos (quando criou um "programa de entrevistas" gravado pelo irmão em casa). Graduada pela UFRJ, em 2013, passou quatro anos em O Globo antes de sair para realizar o sonho de trabalhar com música no Reverb. Em constante desconstrução, se interessa especialmente por cultura, política e comportamento. Ama karaokês, filmes ruins, séries bagaceiras, videogame e jogos de tabuleiro. No Hypeness desde 2020.

Seu Ailton é personalidade famosa no bairro onde trabalha, mas poucas pessoas sabem seu nome. Não é sua pessoa física que é conhecida na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, nas ruas próximas à praça Xavier de Brito, mas sim, os personagens que interpreta como vendedor de pipoca. Em um carrinho iluminado por luzes de led e embalado com música em caixas de som, seu Ailton é o pipoqueiro do pop, que se veste de personalidades da música e do cinema para alegrar crianças, adultos e pedestres que passam pelas redondezas da “praça dos cavalinhos” nos fins de tarde.

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Há mais de 25 anos, ele divide a vida entre a portaria do prédio onde trabalha, na rua São Miguel, e sua querida “carroça”, como chama o carrinho de pipoca. Pela manhã até o começo da tarde, Ailton trabalha nos afazeres gerais do edifício. Por volta das 17h, veste a fantasia escolhida para o dia e incorpora personalidades como Roberto Carlos, Luciano Pavarotti, Beyoncé, Xuxa, Pabllo Vittar e até o rei do pop, Michael Jackson.

Eu faço no embalo, com meu gingado, meu jeito. Tem gente que passa com o carro e fala para eu dançar e eu faço do meu jeito. Não sou bom nisso, mas eu dou meu gingado e faço de uma maneira totalmente diferente do Michael Jackson. Eu não sou profissional, mas o pessoal gosta”, se diverte o pipoqueiro, querido por onde passa no bairro carioca, em entrevista ao Reverb.

Seu Ailton não tem medo de circular por entre carros e ônibus. Com muito fôlego, ele passeia dançando e fazendo performances que levam os moradores dos prédios mais altos às janelas. O som pode ser ouvido mesmo lá de cima.

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Claro que eu quero vender, mas eu fico mais preocupado de dançar e brincar. O pessoal fala: ‘quando a gente vê, você está lá embaixo e não para. A gente quer comer uma pipoca, minha filha quer falar contigo e não consegue’. É que eu passo dançando, passo zoando. Realmente, eu não paro”, conta.

Mesmo com a vida agitada, ele não pretende parar tão cedo. Aos 50 anos, diz que, apesar dos problemas de saúde, o pique é de um “garoto de 25 ou 30”.

Vou pensar nisso (ser pipoqueiro) até os 65 anos… Para falar a verdade, eu não penso não. Eu penso em Deus me dar saúde até os 80 anos que, se eu puder, eu vou dar uma zoada. Vocês vão ser testemunhas…

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Fotos: Reverb


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