Debate

PM réu no assassinato de Claudia Ferreira, morta arrastada por viatura, é preso acusado de chefiar milícia

10 • 12 • 2020 às 15:25
Atualizada em 10 • 12 • 2020 às 15:25
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

O sargento Zaqueu de Jesus Pereira Bueno, que é réu no caso de homicídio de Claudia Silva Ferreira, que foi arrastada por uma viatura da polícia militar fluminense em 2014, foi preso por homicídio relacionado a uma milícia da favela do Quitungo, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

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Zaqueu é acusado de ser o mandante de dois assassinatos que aconteceram na comunidade em junho do ano passado. O oficial da polícia militar foi apontado como responsável pelo assassinado de Jhonatan Batista Vilas Boas Alves e José Mário Alves da Trindade, além de responder por ocultação de cadáver.

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Segundo a investigação comandada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, o sargento Zaqueu Bueno “seria a maior liderança da milícia na comunidade do Quitungo, sendo o responsável por coordenar e ordenar os atos praticados na comunidade”. As vítimas de Zaqueu teriam traído a milícia e planejavam se aliar a uma outra facção criminosa.

O sargento Zaqueu responde junto de Rodrigo Medeiros Boaventura pelo assassinato de Cláudia Silva Ferreira. Em junho de 2014, Cláudia foi baleada em uma operação policial no Morro da Congonha, Rio de Janeiro. Na ocultação de cadáver, policiais carregaram o corpo da mulher de 36 anos por 350 metros na Estrada Intendente Magalhães. As imagens evidenciaram o comportamento criminoso da polícia carioca.

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Junto deles, os subtenentes Adir Serrano e Rodney Archanjo, o sargento Alex Sandro da Silva e o cabo Gustavo Ribeiro Meirelles também respondem a processo sobre o caso, sendo acusados de fraude processual, por terem agido para alterar a cena do crime.

O caso sequer passou pela primeira instância e não ganha celeridade na 3ª Vara Criminal da capital. Foi somente em março de 2019 que ocorreu a primeira audiência sobre o homicídio de Cláudia, mais uma vítima da violência policial e do racismo no Brasil. Até quando?

 

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