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“It Must Have Been Love”, do Roxette, é uma das baladas pop de maior sucesso do final do século passado. É uma canção marcante que, dependendo da geração a que pertence o ouvinte, costuma ser lembrada em listas de “músicas de rompimento mais tristes”. A morte da vocalista do duo sueco, Marie Fredriksson, no dia 9 de dezembro, aos 61 anos (os 17 últimos, lutando contra o câncer), não causou só um boom de execuções da música nos serviços de streaming.
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Roxette, em um show em 1990, ano em que a balada “It Must Have Been Love” estourou.
A perda da cantora também já promoveu reavaliações críticas da obra do Roxette: enquanto o obituário do “The New York Times” penou para achar um trecho elogioso à Marie nas críticas mordazes de seu decano Jon Pareles, o jornal inglês “Guardian” usou um texto em primeira pessoa de David Simpson para carimbar um “obra-prima da dor” em “It Must Have Been Love”.
É uma trajetória bastante incomum, bem mais do que o timbre datado do synclavier e a mixagem com a caixa adulterada eletronicamente bem à frente dos outros instrumentos, abundantes naquele final dos anos 1980.
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A dupla sueca de pop-rock formada por Marie e Per Gessle teve alguns hits número um nos Estados Unidos antes de lançar “It Must Have Been Love”, mas foi esta a música que consolidou sua posição no mercado.
Escrita por Gessle, o principal compositor de Roxette, a balada foi lançada originalmente em 1987. Mas nada de muito importante internacionalmente aconteceu até a música ser regravada para a trilha sonora do filme “Uma Linda Mulher” (“Pretty Woman”) em 1990. O título original era “It Must Have Been Love (Christmas For The Broken Hearted)” e foi lançada como um single de Natal. Havia um verso de referência natalina — “and it’s a hard Christmas day” — que mais tarde se transformou em “and it’s a hard winter’s day”, quando a gravaram para o longa protagonizado por Julia Roberts e Richard Gere.
Após o enorme sucesso de “Pretty Woman”, a faixa conquistou todas as paradas e rodou o mundo, faturando quase meio bilhão de dólares. Em 2014, Gessle recebeu um prêmio da editora BMI pelas cinco milhões de execuções da música no rádio. Além disso, a trilha ganhou três discos de platina da Recording Industry Association of America.
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O crítico David Simpson, do “Guardian”, compara a estrutura da canção à fórmula dos hits da Motown, com espaço para agonia e êxtase. Mas credita sua perenidade ao talento de Marie, que canta sem vibratos torturados, como se já estivesse resignada à perda do amor da sua vida, em contraste com a progressão harmônica. “A canção de assinatura do Roxette nunca vai acabar de verdade”, prevê. Quem poderia imaginar um aplauso crítico dessa magnitude para um duo que passou a maior parte da carreira sendo desprezado pela maior parte da imprensa musical?
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