Manaus está enfrentando um dos mais delicados momentos de sua história. Por conta do aumento do número de casos do novo coronavírus e a superlotação dos hospitais na capital do Amazonas, o oxigênio está em falta nas instituições de saúde do município. O gás é essencial para a sobrevivência das pessoas internadas com covid-19.
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Manaus já havia sofrido com primeira onda do novo coronavírus; em Abril, faltavam caixões na cidade
Manaus pede socorro
Relatos publicados pela coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo, impressionam e dão ideia do caos vivido por Manaus. Há relatos de médicos realizando bombeamento manual na tentativa de salvar o máximo de vidas possíveis.
“Estão relatando efusivamente que o oxigênio acabou em instituições como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e serviços de pronto atendimento, como o SPA José de Jesus Lins de Albuquerque”, afirma o pesquisador Jesem Oerellana, da Fiocruz-Amazônia, à coluna de Mônica Bergamo.
“Acabou o oxigênio e os hospitais viraram câmaras de asfixia”, disse ele. “Os pacientes que conseguirem sobreviver, além de tudo, deve ficar com sequelas cerebrais permanentes.”
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Manaus vive caos por falta de oxigênio em hospitais
Desde o terça-feira, o governador do Amazonas, Wilson Miranda Lima (PSC) e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), têm alertado que o oxigênio iria se esgotar, suplicando ao governo federal para uma solução. A média móvel de mortes pela covid-19 aumentou 183% na última semana.
Confira relatos de profissionais de saúde sobre a situação.
Pacientes transferidos para outros estados
O governo do Amazonas anunciou que irá transferir pacientes para outros estados em transportes aeromédicos. O Ministério da Saúde tem trabalhado para coordenar o traslado. “São pacientes que ainda continuam dependentes do oxigênio, mas eles têm toda a segurança plena para serem aerotransportados”, explicou o secretário de atenção à saúde do Ministério da Saúde, coronel Franco Duarte. “O paciente do Amazonas que subir na aeronave terá toda a segurança e assistência, com cobertura até de assistentes psicossociais, para não haver falha nenhuma”.
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Foi somente na tarde dessa quinta-feira (14) que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, convocou uma reunião de emergência para tratar do assunto, mesmo com pedidos de socorro das autoridades manauaras e amazonenses desde o início da semana.
O governador do estado instaurou uma quarentena rígida com fechamento total do comércio, incluindo suspensão de transportes públicos e funcionamento de farmácias apenas por delivery.
- suspensão do transporte coletivo de passageiros entre rodovias e rios do estado;
- fechamento de todas as atividades e circulação de pessoas entre 19h e 6h;
- farmácias devem funcionar, entre 19h e 6h, por delivery ou sob demanda;
- circulação de pessoas só será permitida, entre 19h e 6h, para quem trabalha em áreas estratégicas: saúde, segurança pública, imprensa.

A capital do Amazonas vive recorde de sepultamentos
A segunda onda da pandemia de covid-19 chegou ainda mais forte em Manaus, que ainda tenta se recuperar do baque inicial. A capital do Amazonas é uma das cidades mais atingidas pelo vírus no Brasil e o número de mortes subiu 90% desde o início de 2021. O impacto foi instantâneo no serviço funerário, que simplesmente não dá conta da demanda de enterros. Domingo (10) bateu todos os recordes com 194 sepultamentos na cidade.
A inércia do poder público diante do caos é gritante. Além de tentativas do governo federal de enfiar cloroquina goela abaixo dos manauaras, David Almeida (Avante), prefeito de Manaus, disse na terça-feira (12), dois dias antes da notícia da falta de oxigênio nos hospitais, que um lockdown não era necessário na capital.
“Nesse momento não se faz necessário o lockdown, porém não descarto a possibilidade do mesmo, muito menos da quarentena caso se agrave a situação”, ressaltou. Entre os dias 1º e 9 de janeiro, 1.524 novas internações aconteceram em Manaus. Todas por covid-19. Mais de 210 mil casos foram registrados até o sábado em todo o estado (9) e mais de 5,6 mil pessoas morreram vítimas da covid-19 no Amazonas.
A população tem buscado ajuda para Manaus através das redes sociais:
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