Canais Especiais Hypeness
-
Adotar é Hype
-
Namore-se
Como forma de evocar a dor e a força de ser quem se é, a transartivista RENNA lançou o videoclipe “Lamento De Força Travesti“, em que celebra a resistência de travestis e da arte nordestina. Catarinense radicada em Pernambuco, RENNA também foi a responsável pela direção da produção, que conta com a participação da multiartista Gabi Benedita.
Ambientado no Vale do Catimbau, no Sertão de Pernambucano, “Lamento De Força Travesti” mistura o ritual do luto com a revolução simbólica que corpos travestis vivos representam frente à violência sistêmica e cotidiana contra essas pessoas.
Conforme dado trazido na própria música, a expectativa de vida de travestis é de 35 anos no Brasil.
O país também é o que mais mata travestis e transexuais no mundo, tendo assassinado 175 mulheres trans/travestis em 2020, segundo informações da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra).
“Se, por um lado, o clipe assume o tom de denúncia da realidade trágica da transfobia em cenas de túmulos, velas e enterro, por outro, é afirmação da própria potência da vida”, explica a comunicação oficial de RENNA.
Ao lado de RENNA e de Gabi Benedita também fazem parte do clipe as travestis Irla Carrie, Samantha Fox e Vinn Amara, que se armam e se amam durante a narrativa.
O sonho dela é viver bem velha
E cantar bem alto
Fazendo surgir
Toda beleza que na vida impera
No corpo marcado de uma travesti
Como forma de contrastar a força de combate com a atmosfera de afeto e de acolhimento entre as mulheres travestis, as protagonistas ora aparecem com figurinos relacionados à luta (em referência ao cangaço), ora são apresentadas em momentos de união e companheirismo.
Gravado em Pernambuco, ‘Lamento De Força Travesti’ reúne cinco travestis em cena
Composta por Helen Maria, a letra da música chama atenção para a falta de indignação por parte da sociedade quando uma travesti é assassinada e ressalta a importância e a riqueza das histórias destas mulheres para a humanidade.
Mesmo com sonoridade pop e dançante, a faixa imprime uma estética tradicional ao fazer alusões a elementos do imaginário da cultura popular pernambucana, como as novenas, as rezadeiras, as benzedeiras e os santos milagreiros.
Todos os dias uma travesti é morta
Quem disse que a vida importa
Quando se é
Eu sou mulher
Enuncio de voz grossa
Que tá viva é minha resposta
Pro teu mal-me-quer
Ontem à noite ela chorou mais uma vez
Vendo a notícia essa semana foram três
Puxada e arrastada no meio da tarde
Chutada e torturada mas não teve alarde
Me invade os sonhos
Rouba minha história
Corpo marcado
Em sangue a trajetória
E tem momentos onde tudo o que eu sinto
É saber que eu tô no lucro se passar dos 35
O sonho dela é viver bem velha
E cantar bem alto
Fazendo surgir
Toda beleza que na vida impera
No corpo marcado de uma travesti
Publicidade
Aquela dose semanal de arte e cultura está de volta com dicas cremosas e crocantes. Destaque para o show da cantora...
Depois de dois anos de pausa, o Lollapalooza voltou ao Autódromo de Interlagos para uma das maiores edições nestes...
Artistas novos surgem a todo momento e tenho um vício particular em ficar de olho nas novidades da música que surgem...