Se normalmente as aventuras e expedições infantis pela natureza normalmente resultam em descobertas do campo da imaginação e da experiência, esse definitivamente não foi o caso ocorrido com a pequena Lily Wilder durante uma caminhada pelas areias de uma praia no País de Gales. Com somente 4 anos durante uma caminhada pelas pedras da praia de Bendricks Bay, próxima à cidade galesa de Barry, Lily percebeu uma marca em uma das pedras que lhe pareceu uma pegada de dinossauro – e de fato era: segundo especialistas, a pegada com pouco mais de 10 centímetros teria sido feita por um dinossauro de 76 centímetros de altura e cerca de 2,5 metros de extensão.
Segundo a mãe de Lily contou à imprensa local, pai e filha caminhavam desavisadamente pelas pedras quando a vista aguçada da criança notou a marca. “Quando Richard voltou pra casa e me mostrou a foto, eu achei incrível, mas ele achou que era bom demais pra ser verdade – foi quando eu entrei em contato com especialistas, que assumiram o caso”, contou a mãe. “Ficamos extasiados ao descobrir que realmente é a pegada de um dinossauro, e fiquei feliz pois será levada ao Museu Nacional para ser apreciada e estudada por gerações”, concluiu. Depois de autorizado pelos Recursos Naturais Galeses, o fóssil foi removido do local e transportado para o Museu Nacional de Cardiff, para ser estudado por paleontólogos.
As primeiras análises, no entanto, sugerem que a descoberta de Lily não é somente interessante, mas sim uma novidade importante para os estudos paleontológicos na região. Segundo. O arqueólogo Karl-James Langford, o fossil é simplesmente “a melhor marca já encontrada de um dinossauro de 215 milhões de anos no Reino Unido da década”, e o tipo de dinossauro por trás da pegada pode ser de uma espécie até então desconhecida. “Sua preservação espetacular poderá ajudar cientistas a estabelecerem mais detalhes sobre a estrutura das patas dos dinossauros, já que o estado da pegada é tão claro que revela partes específicas e até mesmo a marca das garras”, comentou o porta-voz do museu.
E mesmo as mais importantes autoridades deram o crédito devido ao olhar preciso e à curiosidade da pequena paleontóloga – lembrando que sem ela tal descoberta e os estudos por vir simplesmente não seriam possíveis. “A aquisição pelo museu se deu principalmente graças a Lily e sua família, que primeiro encontraram a pegada”, lembrou Cindy Howells, paleontóloga e curadora do museu.
Se os dinossauros de plásticos já eram seus brinquedos favoritos, agora pode se dizer que os dinossauros de verdade se tornaram seus amigos na vida real.
Escritor, jornalista e músico, doutorando em literatura pela PUC-Rio, publica artigos, ensaios e reportagens. É autor dos livros Tudo Que Não é Cavalo, Boca Aberta, Só o Sol Sabe Sair de Cena e Dólar e outros amores.
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