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No ar com a reapresentação de ‘Laços de Família‘, novela exibida orignalmente nos anos 2000, Thalma de Freitas falou ao ECOA, do UOL, sobre o que mudou em sua carreira e na representação da mulher negra na televisão.
Ela que viveu a personagem Zilda, empregada fiel de Helena (Vera Fischer) no folhetim de Manoel Carlos, participou, em setembro de 2020, de discussões on-line com espectadores indignados com a exploração da jovem, que não tem horário fixo de trabalho, cumpre múltiplas funções na casa e quase nunca tira dias de folga.
Ao falar sobre o assunto, Thalma de Freitas oferece a visão de quem viveu a realidade do Brasil de 20 anos atrás.“As críticas sobre a diferença de classe são super-relevantes, enquanto existir o quarto de empregada a luta continua”, escreveu Thalma na época, apontando, contudo que a personagem não era submissa e tinha voz, algo que, para a época, era muito raro.
“Pra que você precisa arear a prata da panela? A gente faz parte de uma cultura escravocrata”
Thalma de Freitas suscitou um debate super importante de como a herança da escravidão faz com que famílias brasileiras insistam em naturalizar a presença de empregadas domésticas, que são desvalorizadas na maioria das vezes. A atriz aponta o fato de que a cultura do trabalho doméstico e relações abusivas ainda são uma constante no Brasil, embora as representações na televisão tenham mudado.
Se você mora numa puta casa, num apartamento gigante, faz sentido. Mas se você tem um apartamento de dois, três quartos, desculpa, você não precisa de uma empregada doméstica que trabalhe vários dias por semana na sua casa. Não precisa. E não é o fim do mundo morar num apartamento em que você passa o dedo na mesa e sai poeira. Pra que você precisa arear a prata da panela? A gente faz parte de uma cultura escravocrata. Se você pegar sua criança e levar para uma aula de piano, o professor cobra R$ 100 por hora. Luxo. Empregada doméstica é luxo. As pessoas tratam como se fosse essencial.
Thalma adiciona, ainda sobre a personagem do folhetim de Manoel Carlos, “a Zilda era supercelebrada porque era a primeira vez que a empregada doméstica era um personagem de fato, com fala, com texto, com cenas sozinha — tudo bem, era atendendo o telefone, mas ela era alguém”, reafirmou em entrevista ao UOL.
– Mulher que manteve idosa em situação análoga à escravidão sabia o que estava fazendo
Zilda, personagem marcante de Thalma de Freitas em ‘Laços de Família’
Thalma falou diretamente de Los Angeles, onde mora desde 2012 com o marido e a filha. Ela, que se dedica à carreira musical, foi indicada ao Grammy pelo álbum “Sorte!‘, trabalho lançado em 2019 em parceria com o americano John Finbury.
“Não pertenço à cultura americana, mas pertenço à cultura da diáspora de que os afrobrasileiros, afroamericanos, afrocubanos fazem parte”, disse a cantora e atriz Thalma de Freitas.
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