Debate

Ativista cita ‘supremacia das raças’ e racismo para defender veganismo

19 • 03 • 2021 às 10:26
Atualizada em 23 • 03 • 2021 às 10:24
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

O debate que traz a simples frase “nós somos o que comemos” ganhou novos ares nesta semana quando uma pesquisadora australiana associou o racismo ao consumo de carne. Yamini Narayanan, professora sênior na Deakin University, em Melbourne, colocou o veganismo em pauta comparando a escolha alimentar ao feminismo, antirracismo e movimentos que lutam contra a opressão.

Em entrevista à BBC Brasil, a ativista falou algo que muitos chefs já vêm comentando: comer é um ato político. “A comida é e sempre foi profundamente política. O apelo agora é reconhecer essa política animal também como uma parte dos direitos civis desse discurso”, disse Yamini.

Veganismo é comparado à lutas por diretos iguais

Veganismo é comparado à lutas por diretos iguais

Veganismo e mundo mais justo  

Para ela, o veganismo deveria estar mais presente na pauta de pessoas que lutam por um mundo mais justo, a começar pela alimentação. Afinal, como ela coloca, a igualdade deveria ser garantida à todas as espécies.

“O veganismo é tão antigo quanto é novo. É a primeira dieta da humanidade, mas também assumiu possibilidades muito renovadas agora que desfruta de um novo sopro com adeptos dispostos a defendê-lo por outras questões mais amplas, como a da perspectiva do bem estar animal e de uma busca por maior igualdade entre espécies”, afirmou à BBC.

O debate saiu de vez da mesa para ganhar novo significado na esfera do ativismo: a decisão de se acrescentar ou não um pedaço de bife no prato durante o almoço está cada vez mais entremeada de conotações políticas. Ela deixou de ser uma escolha pessoal para representar um posicionamento social — e o que comemos é o que define de que lado estamos nessa história.

“O movimento crescente de libertação animal através da comida se tornou um movimento típico de justiça civil”, resslta a pesquisadora Yamini Narayanan, professora sênior na Deakin University, em Melbourne, na Austrália.

“O movimento crescente de libertação animal através da comida se tornou um movimento típico de justiça civil”

“A discussão passou do bem-estar animal propriamente para um novo veganismo, mais prático e ativo, que deve ser entendido como hoje entendemos o feminismo, o antirracismo, e outros movimentos semelhantes de luta por uma política de antiopressão”, complementou

Para a pesquisadora, a questão moral da nossa alimentação é crescente, e deve ganhar um maior papel nas discussões da sociedade nos próximos anos, incluindo novas leis e comportamentos éticos no que diz respeito à forma como tratamos os animais que comemos.

Yamini, que é do Oxford Centre for Animal Ethics, a primeira academia do mundo dedicada ao aprimoramento ético do status dos animais, mostra que o tema não é novo, mas que ressurge agora com novos apontamentos.

O veganismo é tão antigo quanto é novo. É a primeira dieta da humanidade, mas também assumiu possibilidades muito renovadas agora que desfruta de um novo sopro com adeptos dispostos a defendê-lo por outras questões mais amplas, como a da perspectiva do bem estar animal e de uma busca por maior igualdade entre espécies

A professora defende que o debate seja caba vez mais amplo e transparente, já que as pessoas estão cada vez mais informadas e conscientes. “A forma como tratamos as outras espécies vai ser a tônica que vai definir nossa relação alimentar”, avalia.

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