Sustentabilidade

Bebidas alcoólicas pesam no aumento da emergência climática, mas pouco é dito sobre o tema

11 • 03 • 2021 às 09:17
Atualizada em 15 • 03 • 2021 às 10:06
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

O impacto que o álcool provoca em nosso corpo pode ser ainda pior para o meio ambiente – quem bebe somos nós mas quem fica de ressaca é o planeta. Enquanto diversas indústrias vem sendo cobradas pela pegada de carbono de suas práticas, pouco se fala sobre a pegada de carbono da produção de bebidas alcoólicas que, desde as plantações de suas matérias-primas, passando pela embalagem e por cada etapa de seu preparo e chegando ao transporte dos produtos finais, deixa um verdadeiro rastro poluente até chegar às prateleiras e aos nossos fígados.

Um copo de tequila com rodelas de limão e sal

A tequila está entre as bebidas cuja produção possui grande impacto ambiental

Eric Clapton e um porre histórico tomado em plena lavagem do Bonfim, em Salvador, em 1975

E se beber água é o mais eficaz remédio contra ressacas (e costumamos morrer de sede após despertar de uma noite excessivamente ébria) a produção de álcool tem justamente no alto consumo do líquido para sua feitura um de seus maiores problemas ambientais, para irrigar as plantações e manufaturar as bebidas.

Cubas de metal em uma fábrica de cerveja

Cubas de metal em uma fábrica de cerveja

Fotos retratam mudanças na aparência de homem que deixou de beber há 4 anos

A fabricação de uma única garrafa de cerveja de 500 ml, por exemplo, utiliza 148 litros de água ao todo em sua produção, enquanto uma taça de vinho de 125 ml representa um consumo de 110 litros. Os números e exemplos aqui citados foram levantados em matéria do jornal inglês Independent.

Impacto desde as plantações

Ainda nas plantações, os problemas se acumulam, com uso excessivo de pesticidas e outros venenos para a produção, por exemplo, de arroz e batata como insumo para as bebidas que serão fabricadas – poluindo assim terras e águas das regiões de plantio. Em seguida, o desperdício de verdadeiro lixos tóxicos oriundos de cada produção também se revela grave: para cada litro de tequila produzido, por exemplo, 5 quilos de polpa e 11 litros de despejos ácidos contaminam águas e solos mexicanos durante sua feitura – e o consumo de energia para as etapas seguintes de cada fabricação também se soma a esse poluente cálculo.

Moedor de uva em fábrica de vinho

Moedor de uvas em parte do processo de feitura do vinho

Refrigerar, embalar, transportar e, após, o desperdício das garrafas, latas e embalagens em geral – apesar do imenso esforço em campanhas pela reciclagem de tais materiais – são também parte da pegada de carbono e do impacto ambiental que as bebidas alcoólicas fazem pesar sobre o planeta.

Vinho sendo inserido em garrafa durante sua fabricação

Vinho sendo inserido em garrafa durante sua fabricação

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E, em um adendo também trágico, o plantio para a produção de álcool – um produto que não é essencial para a vida humana – acaba sendo priorizado, em nome de um lucro maior, em detrimento da produção de alimentos propriamente, que teriam a finalidade de matar a fome.

Pressão sobre os fabricantes

Falar sobre o tema e apontar a gravidade da pegada de carbono na produção de bebidas alcoólicas é o primeiro passo para que tais indústrias, como já acontece com a têxtil ou alimentícia, comecem a buscar alternativas ecológicas e se sintam pressionadas também a informar ao público a dimensão do impacto de suas fabricações. A escolha de uma bebida, afinal, não pode mais ser medida somente a partir do impacto que ela provoca sobre nossos corpos – mas também sobre o meio-ambiente.

Taças de vinho com garrafa ao fundo

Uma taça de vinho consome 110 litros de água em sua produção

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