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Passados 10 anos desde que, em 11 de março de 2011 na região de Fukushima, no Japão, um terremoto submarino deu origem a um tsunami que provocou um imenso acidente nuclear na usina Fukushima Daiichi, as cidades ao redor hoje lutam para deixarem de ser cidades-fantasma.
Cerca de 18 mil pessoas morreram e 6 mil ficaram feridas imediatamente por conta da tragédia, que se revelaria o maior acidente nuclear do mundo desde o ocorrido em Chernobyl, mas os desdobramentos sobre a comunidade seguem até hoje, enquanto alguns moradores tentam retomar a vida na região.
Takao Fujisaki, que perdeu a filha e o neto no acidente em 2011, reza diante de um túmulo em Namie no último dia 11 de março, quando a tragédia completou 10 anos © Getty Images
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O terremoto de magnitude 9.0 – o mais intenso já registrado na história do Japão – durou três minutos, e provocou um tsunami que atingiu 30 metros em alguns trechos, e o impacto que derreteu e causou explosões e vazamentos na usina nuclear obrigou que mais de 160 mil pessoas deixassem então suas casas como estavam.
Cerca de 12% do território do Departamento de Fukushima, cerca de 1.650 km², passaram a ter acesso proibido – formando uma Zona de Exclusão que afetou cerca de 12 cidades – fazendo com que, por anos, cidades ao redor da usina se tornassem estranhos cenários abandonados e tomados por animais.
Casa que segue abandonada e destruída em Namie, na Zona de Exclusão de Fukushima © Getty Images
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Ao longo dos anos o território foi sendo novamente liberados para ser ocupado pelos moradores – atualmente 2,4% da superfície do Departamento de Fukushima, equivalente a 337 km², permanecem inabitáveis e proibidos de serem reocupados – mas a desmontagem da usina, ainda seguirá por muitos anos: a estimativa é que o desmantelamento dure até 40 anos.
O quadro, no entanto, pode ser ainda mais grave pois, de acordo com relatório publicado pelo Greenpeace, somente 15% da zona delimitada de descontaminação já foram limpos – em medição de radiação feita pela própria organização ambiental. Estima-se que a radiação do acidente tenha afetado praticamente todo o oceano pacífico.
Detalhe da casa em Namie, mostrando o calendário ainda no dia do acidente em 2011 © Getty Images
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Dados oficiais afirma que atualmente restem 65 mil pessoas “deslocadas” de suas territórios originais, mas especialistas afirmam que o quadro em verdade é muito pior. O governo oferece incentivos financeiros e aluguéis baratos para quem retornar à região – para locais como Namie, Okuma, Tomioka e Naraha, cidades administradas sob a Prefeitura de Fukushima, que formaram parte da Zona de Exclusão do acidente – mas muita gente naturalmente decide por não voltar.
Em Namie, a população atual de cerca de 1.580 pessoas representa somente 7,5% da população de março de 2011, e nos colégios do município estudam hoje 30 alunos – dez anos atrás o número chegava a 1.800.
“Cuidado: área de alta radiação. Por favor, passe o mais rápido possível”, diz a placa na entrada de Namie, na Zona de Exclusão © Getty Images
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Quando, em 2016, o jovem Keow Wee Loong entrou na zona proibida e registrou o local em fotos, tudo seguia abandonado e basicamente intocado em Okuma, Futaba e parte de Namie, mas desde então uma parte da área já vem sendo lentamente reocupada – principalmente por populações mais velhas, em um país que já vive uma intensa crise de envelhecimento demográfico.
Um supermercado destruído, ainda em 2016, quando Keow Wee Loong fotografou a Zona de Exclusão © Keow Wee Loong
Placa indicando a direção da usina nuclear em foto registrada em 2016 © Keow Wee Loong
O futuro, portanto, é incerto na região, e o desafio para a comunidade segue sendo o mesmo desde o 11 de março de 10 anos atrás: sobreviver.
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