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O Casu Marzu já ganhou antes as páginas do Hypeness como o ‘queijo mais perigoso do mundo‘ – e pode ganhar as páginas policiais da Itália por conta de uma pesada multa, cerca de R$ 400 mil, aplicada a quem decidir vende-lo.
Pois para a maioria ele é também um dos queijos mais nojentos do mundo. Trata-se de iguaria feita a partir do leite de ovelha, mas que somente alcança a textura e o sabor apreciado quando está totalmente infestado por larvas, que colocam seus ovos nas rachaduras do queijo. Ao longo do processo as larvas da Mosca-do-queijo digerem proteínas e o transformam em uma textura cremosa e, para os corajosos, de sabor inigualável.
O Casu Marzu, antes de ser aberto, parece somente um queijo rústico © Getty Images
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Tradicional da ilha da Sardenha, na Itália, o queijo é costumeiramente consumido ‘ao natural‘, incluindo as larvas inteiras, mas alguns preferem bater toda a mistura e chegar a um resultado ainda mais cremoso – também com as larvas do tipo Piophila casei como parte da receita.
Não é preciso uma grande investigação para compreender o motivo pelo qual o Casu Marzu tem a venda e o consumo proibido: os casos de intoxicação são recorrentes, proporcionais, no entanto, ao deleite de quem gosta de produzir e consumir essa questionável e exótica criação gastronômica. Seu nome já sugere a questão, que na língua local quer dizer ‘queijo podre‘.
As larvas da Mosca-do-Queijo são fundamentais para se chegar à textura apreciada © Youtube/reprodução
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Apesar de ser reconhecido como um produto tradicional oficial da Sardenha, o queijo é declarado ilegal pelo governo italiano desde 1962, por uma razoável legislação que proíbe a venda e o consumo de alimentos infestados por parasitas.
Alguns moradores e visitantes aventureiros seguem com sua produção e consumo, no entanto, como uma importante atração turística local, mas a multa pela venda do Casu Marzu não é pequena, podendo chegar a US$ 60 mil dólares – equivalente a mais de R$ 333 mil reais na cotação atual.
A cidade de Castelsardo, na ilha da Sardenha, na Itália © Getty Images
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Curiosamente, a proibição do queijo com a larva da Mosca-do-Queijo contraria uma tendência cada vez mais estudada e mesmo sugerida por cientistas e especialista: o consumo de insetos como fonte proteica alternativa às carnes de boi e de frango.
O hábito é comum em diversas regiões do mundo, e investir nos insetos pode ser uma maneira eficaz e ecologicamente correta de combater a fome, reduzindo a emissão de dióxido de carbono e outros poluentes associados à produção agropecuária e aviária.
As larvas trabalhando em um dos queijos © AFP
Estudiosos locais garantem que o Casu Marzu é um queijo seguro, e desde 2005 pesquisadores da Universidade de Sassari, na Sardenha, vêm criando a Piophila casei em laboratório, para mostrar que o queijo pode ser feito em ambiente seguro e controlado – a fim de derrubar o caráter clandestino do produto e torná-lo abertamente em um símbolo gastronômico local.
O consumo de insetos vem se tornando tendência internacional © Wikimedia Commons
A ideia é que o sabor seja um atrativo maior do que seu modo de produção, para convencer a União Europeia e outros cientistas que o ‘queijo mais perigoso do mundo‘ – reconhecimento oferecido pelo Livro dos Recordes em 2009 – é, na verdade, seguro e saboroso, apesar da impactante aparência.
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