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Marca lança arma cor-de-rosa no Dia da Mulher; feminicídio aumenta com acesso a armamento

08 • 03 • 2021 às 15:09
Atualizada em 08 • 03 • 2021 às 15:11
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

A Taurus lançou um revólver cor-de-rosa em pleno Dia da Mulher. A data, diz a fabricante de armas de fogo, é para pegar carona no crescimento da demanda feminina pelo aparato. O modelo Taurus 85 UL foi desenvolvido exclusivamente para o mercado brasileiro, mas decidiu por uma expressão em inglês, ‘storng women’, (‘mulheres fortes’) para a ação criticada por setores de desefa dos direitos das mulheres.

A Taurus apostou em um slogan com traços do machismo, como no trecho que diz que a “armação de alumínio, é leve e pequeno, indicado como arma de porte velado”.

“Sabemos que uma ação vale mais do que mil palavras. Por isso, no Dia da Mulher, decidimos fazer um lançamento especial para elas continuarem fortes e bem armadas: conheçam o revólver RT85 UL Strong Women. Calibre 38, cano de 2 de comprimento e ação Single Action e Double Action. Modelo de 440g com capacidade de 5 tiros, armação alumínio, mira fixa, empunhadura de borracha Carry On, e uma gravação especial: strong women (mulheres fortes)”, informou a marca no post.

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Armas e feminicídio 

A notícia causou perplexidade em muita gente, já que o Brasil é um dos países com o maior número de assassinatos com arma de fogo do mundo – cerca de 75% dos homicídios são concretizados com o uso de pistolas e afins. A Rede Observatório da Segurança revelou que 66% dos casos de agressão nos estados de São Paulo, Bahia, Pernambuco Rio de Janeiro e Ceará são prtoagonizados pelos compnaheiros, o mesmo para 58% dos feminicídios.

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Ou seja, há um temor entre especialistas de segurança pública que a flexibilização do acesso aos armamentos realizada elo governo federal contribua para o aumento do assassinato de mulheres. “E isso não se resume à violência de gênero. Suicídios tendem a crescer e homicídios por brigas banais como conflitos no trânsito. Mas no caso de mulheres em situação de violência doméstica tende sim a ser desastroso, em especial porque convivemos com números crescentes há anos sem conseguir interromper essa trajetória”, ressaltou à Marie Claire Samira Bueno, diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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Foto: Reprodução/Instagram


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